sexta-feira, 23 de abril de 2010

Canto IV

E não é que teve continuação mesmo?
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Canto IV - A Quebra de Juramento e Revista de Agamémnone

Enquanto isso, no Olimpo...

ZEUS: [ironia] Pois é, camaradas, tá vendo como mulher estraga tudo? A Afrodite só se meteu pra estragar toda a brincadeira, e deixou a Atena e a Hera aqui se cagando de raiva à toa! Huahuahuahuahua! [/ironia]

Como vocês podem ver, Zeus não sabe usar [ironia].

HERA: Escuta aqui, isso é maneira de você falar? Você é chefe dos olimpianos?
ZEUS: Sou, claro.
HERA: Mas num parece, eu tô aqui tentando destruir os troianos.
APOLO: Eu já não vi um diálogo assim nessa paródia?
ATENA: Seu ignorante, não sabe que o estilo homérico é baseado na repetição?
ZEUS: Mas afinal o que tanto o Príamo te fez pra você querer assim destruir a cidade dele, hein?
HERA: [eufemismo] Er... nada... só assim, uma coisinha que eu quis dele e ele não me deu. Uma bobagem. [/eufemismo]

Como vocês podem ver, Hera sabe usar [eufemismo].

ZEUS: Mas pôxa, eu gosto daquele brinquedo, Troia, não é justo! Você pode destruir meus brinquedos mas não vai querer que eu destrua os seus!
HERA: Tá, vamos trocar. Se eu destruir Troia, você pode destruir Argos, Esparta ou Micenas quando quiser.
ZEUS: Promete...?
HERA: Prometo.
ZEUS: Então cospe aqui!
HERA: ... no seu pau!?
ZEUS: É.
HERA: Que merda de pacto é esse?!
ZEUS: Pacto...?
ATENA: Por falar em pacto... como é que fica o dos gregos e dos troianos?
ZEUS: Ah, faz assim: vai lá e diz que se um dos troianos der o primeiro tiro pra quebrar o pacto, vai ganhar uma grana. Aí quando eles quebrarem o pacto, podemos matar todos aqueles desgraçados com apoio da mídia, dizendo que eles atiraram primeiro!
APOLO: Porra, isso aqui é o monte Olimpo ou uma reunião da União Democrática Ruralista!?

Atena desce do monte e vai até Licáone, o Lício.

ATENA: Aí, Licáone, ouvi dizer que se tu der o primeiro tiro pra quebrar o pacto, vai ganhar uma grana.
LICÁONE: ISSA!!

Licáone vai pegar o arco! Eleavançapeladireitaeleavançapelaesquerdavaipegarnacarruagemoescudeiropeganoarco e paaaaasssa pra ele! Agora ele corre na direção do campo adversário! Elecorredriblaamarcaçãopassapelalinhademeio! Agoraelecaipelalateralesquerdavaiavançando com velocidade! Eleencaraamarcaçãogregarecuabotaaflechanoarcofintou, desviou, clareou, bateu!!!

... NA TRAAAAAAVE! Atena desvia a flecha no último instaaaaante ela resvala e acaba acertando no cinto!!!

MENELAU: Porra mas aí é sacanagem!!

No CINTO, sua anta!

MENELAU: Ufa.
AGAMÉMNONE: Caramba, Lau! Fiquei preocupado, achei que tu ia morrer!
MENELAU: Pô, valeu, mano, mas tô numa boa.
AGAMÉMNONE: Imagina só o que iam dizer? "Lá vai aquele otário, o Agamémnone, que veio pra cá pra pegar a mulher do irmão de volta mas agora vai voltar sem ela e sem o irmão". Eu ia ser zoado pra caralho!
MENELAU: É... bom saber que tu se preocupa...
AGAMÉMNONE: Aliás, é melhor chamar alguém pra estancar esse ferimento, antes que o sangue manche a armadura.
MENELAU: ...
AGAMÉMNONE: Taltíbio! Vai buscar um curandeiro!
TALTÍBIO: Mas onde, meu bom senhor?
AGAMÉMNONE: E eu sei lá, caralho! Faz um escândalo. Tu nunca mais vai aparecer nessa merda de história, mesmo.

Taltíbio corre a procurar Macáone, que, até onde Homero nos mostra, parece ser o único médico em todo o exército grego.

TALTÍBIO: LF HEALER EPIC TROY THEN G2G
MACÁONE: Tudo eu, tudo eu... Cadê o grupo?
TALTÍBIO: Tá na batalha, já...
MACÁONE: O quê!? Caralho! Quantas vezes eu preciso dizer pra chamarem o healer antes de começarem?!
TALTÍBIO: Er...

Macáone vai até Menelau, retira a flecha e trata do ferimento.

MENELAU: Putz, valeu dotô. Te devo uma.
MACÁONE: Sei... aposto que, se você morresse, geral ia dizer que a culpa era minha.
AGAMÉMNONE: Isso mesmo. Então sai fora! Te chamamos quando alguém se machucar de novo.
MACÁONE: Vida de merda...
AGAMÉMNONE: E agora, minha brincadeira preferida! Hora de passar a tropa em revista!
MENELAU: Mas é uma revista em quadrinhos?
AGAMÉMNONE: ...
TALTÍBIO: ...

Agamémnone começa a revista. Passa pelas tropas, e quando encontra homens preparados para a batalha e bem dispostos, elogia assim:

AGAMÉMNONE: AE CAMBADA! QUEM QUEBRA PACTO QUEBRA A CARA, FALEI!?
SOLDADOS: AEEEEE!
AGAMÉMNONE: QUEM É QUE ROBA AS MINA DE GERAL?
SOLDADOS: EH NOIX!
AGAMÉMNONE: EH NOIX MERMO, PORRAAAAA!

Mas quando encontra uma galera relaxadinha, chapadinha, paga logo um puta esporro:

AGAMÉMNONE: Tira essa roupa preta que você não merece! Tira essa roupa preta! Você não é caveira você é MULEQUE!

Agamémnone chega aos cretenses, chefiados por Idomeneu e Meríones, que estão preparados.

AGAMÉMNONE: Ah, isso é que é um exercito, rapá. Grande Idomeneu, meu chapa! Sabe que tu vai tá sempre convidado pra minhas festinhas, tá ligado?
IDOMENEU: Pára de perder teu tempo aqui comigo e vá lá pilhar o resto dos gregos. Porra.
AGAMÉMNONE: Cabra bão! Queria ter um irmão assim...

Passa também pelas tropas comandadas pelos Ajazes, já todas ordenadas.

AGAMÉMNONE: Bacana, muito bacana. Legal mesmo esse negócio de guerra.

Passa pelas tropas de Nestor de Gerena, que está botando ordem no pedaço.

NESTOR: Vem pra cá você, vem pra cá você! Má oê!
AGAMÉMNONE: Coé, velhote! Bom ver que tu ainda tem gosto pela coisa. Aposto que, se não fosse tão idosinho, estaria lá na frente lutando... Pena que a pipa do vovô não sobe mais.
NESTOR: Ah, mas se fosse em outra época! No meu tempo, as coisas não eram assim, não. Como naquela vez em que eu matei o Ereutalião! Lembro que era uma quarta-feira, e...
AGAMÉMNONE: Sim, sei, aposto que era. Com licença.

Agamémnone segue a revista e chega às tropas de Menesteu e Odisseu, que estão relaxando num baseadinho.

AGAMÉMNONE: Cambada de vagabundos! Quantos moleques nós ainda vamos ter que perder pra um preiboi poder fumar seu baseado!?
MENESTEU: Oi.
AGAMÉMNONE: Essa preiboizada! Quando é festa, cês são os primeiros da fila, na hora da porrada fica de relax, porra!?
ODISSEU: Porra, coroa! Tá me chamando de vagabundo?! Sacanage! Assim fico bolado, porra... Até parece que tu não é meu amigo.
AGAMÉMNONE: Er... tá. Foi mal, queria ofender ninguém, não.

Segue o caminho e encontra Diomedes e Esténelo, passeando de charrete.

AGAMÉMNONE: Diomedes, isso é coisa que se faça?! O que seu pai diria!? Ele era um guerreiro valente! Quer dizer, pelo menos foi o que me disseram.
ESTÉNELO: Porra, coroa, com quem tu pensa que tá falando!?
DIOMEDES: Fica quieto, pirralho, ou... ih!
AGAMÉMNONE: AAAAAH, MULEQUE!
ESTÉNELO: O quê? O que que eu fiz?!
AGAMÉMNONE: DÁ A MÃO, MULEQUE!
ESTÉNELO: Na mão não, chefe! Na mão, não!

PEI!

DIOMEDES: Melhor num mexer com o Agamémnone e a avaiana de pau dele...
AGAMÉMNONE: Ela não é confortável, mas educa as crianças!

As tropas gregas e troianas alinham-se e se preparam para o confronto.

GREGOS: UH! UH! VAMO INVADIR! UH! UH! VAMO INVADIR!
TROIANOS: PORRADA! PORRADA! PORRADA!

O lado a e o lado b se chocam e o pau come solto.

ANTÍLOCO: Toma!
EQUEPOLO: Ugh!
AGENOR: Toma!
ELÉFENOR: Ugh!
AJAZ 1: Toma!
SIMOÉSIO: Ugh!
ÁNTIFO: Toma isso, Ajaz!
LEUCO: Ugh!
ÁNTIFO: Como assim, eu atiro a lança num e morre outro? Explica essa porra direito, Homero!
ODISSEU: Ae, sacanage matar o Leuco, ele era meu parceiro de truco!
DIOMEDES: É... e também te devia aquelas 500 pratas, lembra?
ODISSEU: ... O QUÊ!?

Enfurecido, Odisseu corre para enfrentar os troianos.

ODISSEU: Filhos da puta!

Arremessa a lança. Os troianos todos se abaixam, menos Democoonte.

PÁRIS: Mas que burro!
DEMOCOONTE: É que deu lag... ugh!

Cai morto. Apólo tenta incitar ânimo, coragem e força aos troianos.

APÓLO: Ânimo! Coragem! Força!
PÁRIS: Porra, valeu hein? Que faríamos sem você?
PÍROO: Toma!
DIORES: Ugh!
PÍROO: Arrá! Espólios!
TOANTE: Toma!
PÍROO: Ugh!
TOANTE: Arrá! Espólios!
PÍROO: Vacilo... nem bem apareço já morro!
TOANTE: Quem mandou ser figurante, rapá?
PÍROO: Ninguém pensa nos capangas...

Vida de merda, hein?
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Continua... eu acho.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Aristóteles e amizade entre os gatos

Vamos começar o texto com uma premissa meio boçal: um monte de coisas, em geral do tipo mais importante, nunca pode ser realmente explicada. Todo mundo sabe disso, de um jeito ou de outro: a explicação até ajuda a entender, às vezes muito, mas no fim das contas, ou entende-se entendendo, sabe-se lá como, ou não, e cada um entende do seu jeito (mas com alguma coisa em comum?), portanto vindo a explicar do seu jeito para que o outro tente entender (até onde se pode falar em entendimento e não em criação de sentido próprio, etc.), e todos esses dilemas pedagógicos e epistemológicos que, a princípio, devem permanecer fora deste espaço pouco sério - como, aliás, todo traço de metodologia e rigor acadêmico. O que não me impede de irresponsavelmente usar Aristóteles nele.

Tinha uma coisa que o homem fala à qual eu nunca tinha prestado a devida atenção (e o que se vai fazer? Impossível prestar atenção à tudo), possivelmente porque nunca entendi, ou não entendi porque não prestei atenção e, francamente, a ordem não interessa. Ele diz, no mesmo trecho, primeiro, que pais e filhos sentem, naturalmente, amizade um pelo outro, e logo em seguida, que o mesmo sentimento pode ser visto nas aves e na maioria dos demais animais (vale sempre notar, a palavra que ele usa e traduzimos por amizade, "philia", velha conhecida por aglutinações bem-quistas do português como "pedofilia" e "necrofilia", não é bem "amizade", mas aqui a diferença é sutil o bastante pra não fazer diferença). Se não prestei a devida atenção por muito tempo, provavelmente foi por que não ligava muito para bichinhos, por um lado, ou porque simplesmente não concordava com a ideia de amizade entre desiguais - e é o próprio Aristóteles quem diz, antes e depois do trecho em questão, que a amizade se dá primordialmente entre iguais.

O resultado é que não entendi merda nenhuma e deixei o trecho de lado, atribuindo o desentendimento às dificuldades da tradução. Isto, aliás, é um troço engraçado: depois que nos damos minimamente conta da dimensão das dificuldades de adaptar um texto como esse, rapidamente fica fácil supor obstáculos intransponíveis onde eles não necessariamente existem; ou seja, na dúvida, deve ser problema de tradução. No caso, claro, minha cabeça é que estava torta. Basta andar um pouco e o autor mesmo explica como, embora a amizade seja baseada na igualdade, existe entre os desiguais.

"Em todas as amizades que envolvem desigualdade, o afeto também deve ser proporcional: a melhor das duas partes, por exemplo, ou a mais útil ou superior de qualquer outra maneira, conforme o caso, deve receber mais afeto do que dá, pois quando o afeto é proporcional ao mérito estabelece-se, de certa forma, uma igualdade, vista como uma característica essencial da amizade." (E.N., 1158b, 24-29)

De minha parte, sempre tive essa intolerância besta com este trecho que, como outros do autor, busca estabelecer certa hierarquia entra as pessoas e seres em geral, no estilo governantes > governados, homens > mulheres, homens livres > escravos, etc. Mas, cacetada, ele viveu no séc, IV A.C. e, se você vivesse, quase certamente pensaria da mesma forma, então dê-se o devido desconto ao homem; deixemos o quiprocó da superioridade-inferioridade pra lá enquanto tento explicar minha (inexplicável) interpretação deste trecho e, mais importante, do assunto que ele trata, por sinal desenvolvida esta madrugada sem a ajuda de nenhuma outra explicação - mas de duas bichaninhas.

Rápida intervenção explicativa. Dia 23 de dezembro do ano passado uma gata abandonada veio dormir do lado da porta de nossa casa, esquálida, bigodes cortados e barriguda. Sem saber se eram vermes ou filhotes, pegamos a bichinha, eu e minha mulher, para ficar por aqui até ela melhorar/ter a cria, e depois dar para minha sogra, que já queria outra gata, mesmo. Eram filhotes, claro, e Natalina teve, na terça de carnaval, 3 filhotinhas, que chamamos de Maia, Electra e Mérope; fomos cuidando das quatro, isoladas na varanda aqui de casa, enquanto tentávamos arrumar alguém pra adotar essa gataria toda, o que, eventualmente, aconteceu.

Ontem, o primeiro casal de adotantes veio, inicialmente para levar apenas uma, e acabou carregando Maia e Mérope. Quando cheguei em casa mais tarde, já quase de madrugada, ouvi os miados familiares da filha restante e sua mãe e, quase por reflexo, fui pegar água e comida para encher seus potes; mas, quando cheguei à varanda, vi que ainda estavam cheios. Sentando-me junto a elas, entendi que, era óbvio, não estavam miando nem por fome, nem por sede, mas de aflição, de solidão, de medo: onde estavam as outras duas? Foram mortas, feridas, devoradas? Elas voltarão algum dia? E nós, vamos ficar aqui - ou somos as próximas (e são)? A incapacidade animal de formular seus sentimentos em palavras, quem tem bicho sabe, não nos impede de interpretá-los e compreendê-los.

Fiquei com elas na varanda por um tempo. Observei Electra, miante, esfregando-se em mim, na mãe, sem parar, e reparei que elas se afagavam, lambiam, etc., muito mais do que antes. Pouco depois, e desde então até agora, vi que estão sempre abraçadas, a mãe cobrindo a filha, aquecendo-a. Elas são mãe e filha, e seu afeto é desigual, dado de maneira desigual, mas a todo momento vi, tão claramente, como são igualadas por ele e por sua situação: são duas gatas, sozinhas, com medo frente ao desconhecido, habitando o mesmo espaço, partilhando do mesmo afeto e confiança - que, por sinal, por hora, é o que lhes resta.

Não estou contando esta historinha para sensibilizar ninguém para o drama dos animais abandonados (embora não pretenda impedi-los, caso queiram) ou discutir o assunto. Até porque, levando-se tudo em conta, é uma história em que tudo deu certo, todos os animais abandonados estão prestes a encontrar abrigo, gozam de saúde, etc.; e temos muitas outras desgraças com as quais nos sensibilizar. Estou partilhando a mesma porque vi valor nela como exemplo do que diz Aristóteles com relação aos animais e, de forma mais abrangente, como analogia para toda a ideia da amizade e do afeto como equalizadores.

Se podemos dizer que qualquer animal é capaz de amizade, com todas as devidas proporções guardadas, então Electra e suas irmãs eram, certamente, amigas. E também ela e sua mãe, como são, analogias devidamente aplicadas, mães, pais e filhos em toda parte. Mas também, e talvez o mais importante, podem ser quaiquer pessoas em quaisquer circunstâncias, pois partilhamos sempre um mínimo de coisas em comum, como partilham agora Natalina e Electra: estamos vivos, estamos sós, tememos o sem-número de coisas que desconhecemos, habitamos o mesmo espaço, etc.

A interpretação certamente extrapola as intenções do autor, imagino eu. O que é ótimo, ainda que não absolutamente, até porque é necessário para se pensar. Mas me agrada esta ideia: de que, mesmo com toda a diferença, com toda a desigualdade, teremos sempre o suficiente em comum para que a amizade, onde ela consegue surgir, de certa forma nos iguale.

Canto III

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Canto III - Juramento, Muralhas da Observação e o Combate Singular de Alexandre e Menelau

Os exércitos gregos e troianos avançam para se encontrar no campo de batalha. Páris começa a se engraçar.

PÁRIS: Ih, lado A, lado B, rapá, o bicho vai pegar. Ah, muleque!
HEITOR: Ai, saco...
PÁRIS: Aí, mano, diz uma coisa. Quem é esse tal de Alexandre aí do título?
HEITOR: É você, seu anormal!
PÁRIS: Ah, é, esqueci que também tinha esse nome.
HEITOR: Eu devo ter jogado pedra no Olimpo...
PÁRIS: Aí seus grego otário! Otário!
HEITOR: Caralho, começou...
PÁRIS: Bando de viadinho, comeninguém!

Menelau avista Páris e fica loco de raiva.

MENELAU: Agora eu te pego filho da puta!

Vai até Páris.

MENELAU: Pára de andar atrás da minha mulher. Que senão... eu dou-lhe um tiro! Eu sei que não dá mais pra mim, mas... eu faço todo o possível. E também estou cansado de sair na rua ouvir certas conversas como: lá vai o grande chifrudo.
PÁRIS: Chifrudo? Eu soube exatamente o contrário, nada disso. Eu soube que... hm... soube que o senhor estava. Tava dando o negócio pros outro aí, pô.
MENELAU: Além de ser folgado você é um grande filho da puta - retire-se.
PÁRIS: Primeiramente eu não aceito ordens de bicha, entendeu?
MENELAU: Olha aqui seu frangote, eu sou velho... e se você não se retirar daqui a 5 minutos, eu vou enfiar isso na sua bunda.
PÁRIS: Aaaah, que é isso, rapá. Tá pensando que eu tenho a sua mania? Eu sou é homem, rapaz! Por que você não aproveita e enfia isso em você mesmo?
MENELAU: Ahahahaha. Cê quer mesmo? Num dá jeito! Só, mas pra você ter uma idéia, só um instante, vamos ver se você é macho pra isso. Anda, venha logo.

Menelau joga a espada pra Páris.

PÁRIS: ôu!

Deixa a espada cair.

MENELAU: Se cortou? Toma o meu lencinho!
PÁRIS: Hmmm... quanta gentileza! Já tá botando as manguinhas de fora, hã?
MENELAU: É... ehe.
PÁRIS: Eu deixei cair uma coisa de grande utilidade!
MENELAU: Você tem razão. Essa espada já me deu... muuuita alegria. Mas ainda não tenho o jeito... mas pego algum dia.
PÁRIS: Se você tivesse a minha experiência...
MENELAU: Por que que você não falou antes?
PÁRIS: Eu fui obrigado a fazer cú dôce, entendeu? E eu não gosto de falar as coisas abertamente, assim, pra todo mundo, assim, me confessar o que eu sou realmente. Eu só lhe falei porque você. Você é igual a mim, sabe? É uma coisa que aconteceu comigo... quando eu era criança.
MENELAU: Eu guardarei o seu segredo. Bichinha.
PÁRIS: Ok, bichona.

Páris volta pra junto dos troianos.

HEITOR: Porra, Páris, deixa de viadagem. Você tem que parar de frescura e enfrentar logo o Menelau pra gente voltar pra casa pra jogar unieléve.
PÁRIS: Ah, mano!
HEITOR: Tá com medo? Você é um covárrde, Le Roy, um covárrde!
PÁRIS: Tá bom, eu vou mas... me dá uns buff antes?
HEITOR: Que mané buff, o quê.

Heitor vai até os gregos.

HEITOR: Aê, bora resolver tudo num x1, Páris e Menelau. Perdeu um, perdeu o resto. Q Q 6 ACHÃO?
AGAMÉMNONE: Fmz.
NESTOR: Eh noix.

Páris invites you to a duel.
Menelau accepts your duel.

Nisso Íris vai chamar Helena pra ver a peleja.

ÍRIS: Vai lá, mulé, os homi tão brigando pra ficar com tu!

Lá em cima, Príamo e uma cambada sentam na arquibancada pra ver a luta.

PRÍAMO: Minha filha vem cá! Assiste aqui no camarote com o sogrinho... e me explica quem é quem, que eu não enxergo nada sem meus óculos. Quem é aquele coroa ali?
HELENA: /whois Agamémnone

Agamémnone Human Warrior lvl 70


PRÍAMO: E aquele com jeito mais moleque?
HELENA: /whois Odisseu

Odisseu Human Fiadaputa lvl 70
<Ítaca>

PRÍAMO: E quem é aquele outro grandalhão?
HELENA: /whois Ajaz 1

sua mãe trepando seu fiadaputa!

PRÍAMO: Mas que grosseria!

Para de enrolar, seu véio, e deixa eu continuar a estória!

PRÍAMO: Tá bão...

Príamo vai de carroagem firmar o pacto solene com os gregos.

PRÍAMO: É pacto de cuspe?
AGAMÉMNONE: É o que for.
PRÍAMO: Então toca aqui. Quem ganhar, ganha, quem perder, perde.
ODISSEU: O véio tá gagá...
PRÍAMO: E se alguém quebrar o juramento, que seus miolos estourem e caiam no chão.

Acreditem, esse juramento eu não inventei!

Odisseu e Heitor medem o campo de batalha.

ODISSEU: Pena que ainda não inventaram aquele sprayzinho pra marcar a grama do campo.
HEITOR: Que grama? Aqui só tem terra dura!
PRÍAMO: Fui.
AGAMÉMNONE: Ué, tu não vai ver a luta?
PRÍAMO: Luta? Esses dois frangotes? Prefiro jogar damas.

Príamo volta pra Tróia. Os duelistas vestem as armaduras, os elmos, as sombrancelhas e passam um batonzinho pra dar mais charme.

HEITOR: Chega dessa enrolação!

ROUND... ONE... FIGHT!

MENELAU: ABUGUEM!!
PÁRIS: ÚLURÚRULÚ!
ODISSEU: Argh, ele tá dando os pulinhos do Vega!
HEITOR: Fala grosso, porra!
MENELAU:
Meu santo Zeusinho padre Cícero, por favor me ajuda a matar esse filho da puta!

Atira a lança.

PÁRIS: Pei! Morri.
MENELAU:ÉÉÉÉ!!
PÁRIS: Brinks, tô vivão.
MENELAU: Filho da! Agora tu vai ver!

Menelau acerta em cheio a espada na cabeça dele, mas ela quebra.

MENELAU: Ah, tá de sacanagem!!!

Afrodite intervém e enche tudo com névoa.

MENELAU: Ei, quem soltou a lag grenade?

Afrodite leva Páris de volta ao palácio de Tróia. Vai falar com Helena.

AFRODITE: Helena, meu bem, teu homi voltou!
HELENA: Deixa de caô, sua sirigaita.
AFRODITE: Caô nada e cala essa boca antes que eu quebre isso que você chama de cara.

Helena vai ver Páris.

HELENA: Não acredito! Seu covarde, seu rato, seu, seu.
PÁRIS: Mimimi, mimimi - calaboca logo e vamo pro quarto que eu tô a fim de dá uma trepada.

Sobem pro quarto. Enquanto isso, no campo de batalha.

AGAMÉMNONE: Absurdo! Exigimos vitória por WO!
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Continua...

domingo, 4 de abril de 2010

Canto II

Segue a reedição:
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CANTO II - Sonho, Teste e Beócia ou O Catálogo das Naus

Todos dormem, menos Zeus, que é um deus simpático, agradável, no entanto fica perdendo seu tempo com bobagem. Ele conversa com Sonho.

ZEUS: Mas vamos bolar um plano para enganar o Agamémnone, Sonho. Eu sei de um plano.
SONHO: Eu também sei seu porra.
ZEUS: Você vai entrar no quarto dele, vai... Não, correção!
SONHO: Uhn?
ZEUS: Você vai se fantasiar como mulher do Agamémnone. Você vai se fazer passar pela mulher do Agamémnone. Você vai dormir uma noite com o Agamémnone. Você vai se fantasiar de viado.
SONHO: Glup! Merda!

Sonho não se fantasia, mas vai à tenda de Agamémnone e enche ele de idéia errada.

SONHO: Aí, hoje vai dar até pra tirar a camisa, hein? Vai matar geral! Geral!
AGAMÉMNONE: Ah, moleque!
SONHO: Sem neurose, sem caô, Zeus manda avisar que pode partir feroz, porque os troianos vão rodar!

Agamémnone acorda e imediatamente vai chamar os chefes dos gregos.

AGAMÉMNONE: Pessoal, hoje um sonho me visitou com uma mensagem direta de Zeus. Ele disse assim: "Sem neurose, sem caô, Zeus manda avisar que pode partir feroz, porque os troianos vão rodar!"
DIOMEDES: Nós acabamos de ler isso duas linhas acima!
ODISSEU: Seu ignorante, não sabe que o estilo Homérico é baseado na repetição?
NESTOR: Hora do pau!

Saem para falar com o povo.

AGAMÉMNONE: Pessoal, sei que vocês querem bater nos troianos, mas... Estou morrendo de cansaço, vam´bora meninas, vam´bora. Eu vou embora, tchau queridos.
GREGOS: Hein?!
CHEFES GREGOS: Hein!?
HERA: Hein!?
ATENA: Ué, nós não estávamos dormindo?
HERA: Esquece isso e vai lá impedir esse corno de ir embora.

Atena desce.

ATENA: Odisseu, não dá mole, não deixa esse corno ir embora.
ODISSEU: Ah!

Odisseu passa uma descompostura nos soldados que pensavam em ir embora.

ODISSEU: Peidorrentos!
TERSITES: ... esse Agamémnone acorda pra sacanear um, tem que mandar logo tomar no cú!
ODISSEU: Seu Tersites.
TERSITES: Pra puta que pariu! Filho da puta! Filho da puta!
ODISSEU: Calma filho da puta! Calma!

Odisseu dá uma paulada em Tersites.

ODISSEU: Só não te dou outra porque!

Depois fala a todos.

ODISSEU: Ó, não peidem não, hein!?
NESTOR: É! Er... é sério isso, Agámemnone?
AGAMÉMNONE: Brink's, vamos ficar. Aprontem um churrasquinho.

Aprontam o churrasco, oferendam um pouco pra Zeus.

ZEUS: Hmmm... toucinho!
NESTOR: Chefe, afinal, quanta gente veio pra essa merda de guerra, hein?
AGAMÉMNONE: Er... sei lá.

Agamémnone sai e começa a contar as naus.

AGAMÉMNONE: 987, 988, novecentos e... merda, aquela onda me atrapalhou. Não vou mais contar porra nenhuma.

Anda até as tropas.

AGAMÉMNONE: Aí pessoal, cansei de contar barquinho. Vamos começar meu joguinho favorito...

Agamémnone pega a pauta.

AGAMÉMNONE: Chamada!
BEÓCIOS: Presentes!
ASPLEDONENSES: Presentes!
FOCIDENSES: Presentes!
LÓCRIOS: Presentes!
AJAZ 2 : Presente. Ei, ei, peraí, como assim, "Ajaz 2"?
EUBEIENSES: Presentes!
ESTIRENSES: Presentes!
ATENIENSES: Presentes!
AJAZ 1: Presente.
AJAZ 2: Ei! Por que eu tenho que ser o 2? Aliás, por que 1 e 2, custa escrever o sobrenome?
ARGIVOS: Presentes!
DIOMEDES: Presente.
AJAZ 2: Ajaz Oileu, Ajaz Telamônio! Viu? Não é difícil!
MICENENSES: Presentes!
CORINTIANOS: Vai curingão, vai mano!
AGAMÉMNONE: Que mano, o que, sai pra lá!

É, essas torcidas organizadas são muito violentas...

ESPARTANOS: Presentes!
MENELAU: Mano, posso ir no banheiro?
AGAMÉMNONE: Não, você ainda tá de castigo por ter perdido sua mulher.
MENELAU: Mas eu tô apertado...
NESTOR: Presente.
TRÁCIOS: Presentes!
AJAZ 2: Não, é sério, que tal então Ajaz T e Ajaz O?
BUPRASE... BUPRASENSES? BUPRASIANOS? COMO SE CHAMA QUEM VEM DESSE LUGAR?

Eu sei lá, e alguém se importa com esses putos? Eles nem aparecem mais na estória.

AGAMÉMNONE: Vamos andar logo com isso aí?
DULIQUI... DULIQUINENSES? DULIQUINÉSIOS?
AGAMÉMNONE: Ah, pelo amor de... Odisseu!?
ODISSEU: Presunto!
TOANTE: Engraçadinho...
AJAZ 2: Não preferem? Letras ficam melhor que números! Até porque os numerais árabes ainda vão levar séculos para serem inventados...
AGAMÉMNONE: Tá, chega de merda! Idomeneu, Cretenses, Meríones, Ródios, Teplólemo, blábláblá... todo mundo aqui.
AJAZ 2: Pô, gente, isso é tão injusto... a maioria das pessoas nem imagina que tenha mais de um Ajaz nessa guerra. Quer dizer, Pedro, Paulo, João, a gente espera ver mais de um... mas Ajaz?
AJAZ 1 : Quer calar a porra da boca?!
AGAMÉMNONE: Todo mundo... menos os Mirmídones e o Aquiles! Hahahaha! Falta pra você, Aquiles! Mais uma e vocês serão reprovados!
GREGOS: ...
ODISSEU: Cara, duvido que os troianos tenham que aturar isso.

Enquanto isso, em Tróia...

HEITOR: Quem quer lutar com os gregos põe o dedo aqui! Que já vai fechar!
ENÉIAS, ACAMANTE, ARQUÉLOCO, PÂNDARO, ADRASTO, ANFIÃO, ÁSIO, PILEU, PELASGO, EUFEMO, PIRACME, PILÊMENES, EPÍSTROFO, ODIO, CRÔMIS, ENOMO, FÓRCIS, ASCÂNIO, ÁNTIFO, MESTLE, NASTES, ANFÍMACO, GLAUCO E SARPÉDONE:
Eeeeeeeeeeeeeeeeu!!!
PÁRIS: Pô, mano, estranho esse negócio de por o dedo... sei lá, inclua-me fora dessa.
GLAUCO: E alguns desses caras aí em cima já até morreram!
POLIDAMANTE: Cara, duvido que os gregos tenham que aturar isso.