tag:blogger.com,1999:blog-16851598901721060882024-03-21T18:58:32.001-07:00ChistudoChiste: s.m. Expressão que provoca o riso; graça, pilhéria, facécia.Heitorhttp://www.blogger.com/profile/08989366995725377570noreply@blogger.comBlogger50125tag:blogger.com,1999:blog-1685159890172106088.post-32239402810619335872011-09-21T10:13:00.000-07:002011-09-21T11:03:23.224-07:00Back to School - uma livre-traduçãoFiquei com tanta vontade de poder mostrar isto aos meus alunos e outros colegas não-adeptos do inglês (e também acho que andava com uma vontadezinha de traduzir alguma coisa menos formal), que acabei traduzindo eu mesmo, de modos que qualquer problema do gênero é minha culpa, minha máxima culpa. Tentei entrar em contato com a autora antes, mas só há a possibilidade de fazê-lo por intermédio da própria revista Piauí e de seus editores, num daqueles formulários impessoais de site... francamente, se alguém ficar muito ofendido pela tradução e publicação, pede que eu tiro. Ou então tire as calças pela cabeça.<br />
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É um post do blog de uma moça americana chamada Flora Thomsom-Deveaux, estudande de Princeton que, sofrendo de uma paixão agude pela música e literatura brasileira, veio sanduichar seu curso de letras por aqui, na PUC-RJ. O <a href="http://revistapiaui.estadao.com.br/blogs/questoes-estrangeiras">blog todo vale à pena</a>: ela escreve bem (mas em inglês, ainda que por vezes se beneficiando da mistura dos dois idiomas) e é uma forma muito interessante de ver nosso país e cidade. Segue minha versão.<br />
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DE VOLTA À ESCOLA <br />
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Tenho uma confissão a fazer. A PUC é mais difícil do que Princeton.<br />
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Talvez não em termos de quantidade de estudo, ou de dificuldade das leituras, ou mesmo pelo fato de todas as minhas aulas serem em português. A PUC é difícil porque parece o ensino médio. Sei que só faz dois anos, mas eu tinha me esquecido completamente de como é estar em uma sala de aula e sentir que ninguém queria estar lá. "Vocês têm o direito de perder até 25% das aulas," explicava tediosamente um professor, enquanto estudantes torpedeavam pelo celular no fundo da sala. "Se vocês copiarem da Wikipedia em suas avaliações, nós descobriremos", dizia outro. Em dado momento do curso de literatura brasileira, o professor estava resolutamente disputando com 3 outras conversas sussurradas; em um seminário de história com 4 inscritos, o bondoso professor chegou a ter de calar a boca de 50% dos estudantes.<br />
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É difícil de se lidar com a PUC porque as pessoas não parecem ligar para as aulas, ou saber porque estão lá. Certo, não vale para todos. Nós quatro conversávamos antes do seminário de história, e um dos alunos está trabalhando 10 horas por noite para escrever sua tese porque tem uma filha de um ano. Alguns poucos parecem genuinamente interessados nos cursos.<br />
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Por vezes, porém, nem eu posso entender porque. Já testemunhei professores entrando em sala e passando o tempo todo lendo em voz alta. Não estou falando de ler anotações preparadas para aquilo, mas de repetir o texto selecionado e ocasionalmente elaborar a partir dele. Minhas aulas de "Pobreza e Desigualdade Social" tiveram uma discussão animada noutro dia, mas isto foi somente porque todo mundo começou a reclamar do alto custo de vida no Rio. (Se tem algo que os brasileiros amam é reclamar do preço da comida. Sério. Eu juro, posso chegar para qualquer carioca e resmungar sobre quanto custa o queijo na zona sul, e podemos continuar com isso por pelo menos meia hora. Amizade instantânea.)<br />
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"Ah, vai ser tranquilo pra você," disse um dos estudantes da PUC quando mostrei as disciplinas que pretendia cursar. "Estas são todas da área de humanas. Então basicamente a única coisa que você tem que fazer é aparecer em algumas aulas e ler os textos antes da prova." Ri nervosamente, torcendo para que ele estivesse brincando, mas não parece ser o caso.<br />
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Posso ter sofrido uma pressão incrível em Princeton, lendo e escrevendo pelo menos 10 vezes mais, mas eu gostava do meu trabalho. E todos ao meu redor também. Eu saía nas nuvens de um seminário com uma discussão realmente provocadora; aqui, tenho de aparecer na aula, sentar por 2 horas, e responder à chamada (sim, eles fazem chamada). Às vezes parece mais com uma punição disciplinar do que com uma faculdade. Então, sim, a PUC é difícil.Heitorhttp://www.blogger.com/profile/08989366995725377570noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1685159890172106088.post-61330368755508809422011-02-16T12:17:00.000-08:002011-02-21T18:28:36.826-08:00Porque "Zeitgeist: Moving Forward" é marxismo de segundaComo falei, Marx nesse filme é um caso à parte.<br /><br />Falar do homem é, pelo menos desde 1917, muito complicado. De certa forma isso melhorou depois da Guerra Fria; por outro lado, não. Continua complicado porque, por exemplo, o título deste post continua podendo ser interpretado como se "marxista" fosse xingamento, e como se eu estivesse me alinhando com os reaças de quem o filme faz tanto esforço para se defender.<br /><br />Não é, então quero deixar bem claro: Marx é um autor sensacional, um dos maiores de todos os tempo, a quem não se aplicam a imensa maioria dos rótulos que lhe são tachados. Quase todos que falam mal de Marx não tiveram realmente nenhum contato direto com ele, não fazem muita ideia do que ele realmente diz, ou simplesmente não oferece um contra-argumento à altura. Aqueles que o criticam com propriedade, dificilmente negam o respeito do qual sua obra é digna.<br /><br />Do outro lado, tem o pessoal para quem "marxista" é o melhor dos elogios - quando o próprio Marx teria declarado, ainda em vida: "não sou marxista". É, no mínimo, para se pensar...<br /><br />A pilhagem sem-vergonha de "Zeitgeist" em cima do arcabouço conceitual marxista é particularmente incômoda, não só pq aparece no filme inteiro, como também por ser explicitamente negada ao final dele. Eles inventam nomes novos para "economia de mercado", "valor de troca", "valor de uso", e um sem-número de outros termos, e fingem que não é com eles - fazem, inclusive, as mesmas críticas ao liberalismo (e aí fazem questão de citar livros e nomes), e apontam o mesmo tipo de solução ("de cada um segundo suas capacidades, a cada um conforme suas necessidades").<br /><br />Então, é claro: "Zeitgeist" é comunista. Ele propõe a propriedade comum dos meios de produção, a abolição da forma mercadoria (que chama de... ah, sei lá, de outro nome imbecil qualquer) e até do dinheiro (sendo que este último, até onde me consta, nem Marx sugeriu). A preocupação legítima com o preconceito que os rótulos "comunista" e "marxismo" despertam, particularmente nos EUA, não pode justificar falsidade ideológica deste tamanho; e, não importa o quanto neguem, é evidente que toda a crítica feita à sociedade de mercado, no filme, tem um viés marxista bem explícito.<br /><br />Então, novamente: qual o problema disso? Contanto que a mensagem se espalhe... Mas a verdade, em si, não pode ser dita pelas palavras, não está contida nelas. O que ouvimos não é o "conteúdo" da mensagem, "apenas" sua forma - a divisão mensagem-conteúdo é útil, mas, a rigor, não é verdadeira, pq nenhuma mensagem tem conteúdo; ela é forma "pura". Só o receptor pode tentar, pela interpretação, "remontar" ao conteúdo que o formulador da mensagem pretendia transmitir. Assim, a forma pela qual as coisas são ditas é o que mais pode e deve ser criticado; uma coisa mal dita costuma ser "mal" interpretada, e a intenção do autor se perde.<br /><br />Particularmente, não expor as origens de seu pensamento, não fazer referências, além de deixar o receptor no escuro e dificultar o acesso dele a outras versões de mensagens semelhantes, tem uma outra propriedade retórica a qual não dei o devido destaque: ela tira a mensagem de seu contexto histórico. Isto tem, além de fazer o autor parecer o rei da cocada preta, como eu disse, uma vantagem mais ou menos legítima, de evitar que a mensagem caia em filtros do preconceito; e outra bem malandra, de evitar todas as críticas (legítimas) que as versões anteriores do mesmo tipo de pensamento sofreram.<br /><br />Exemplo: aquela papagaiada de "memória implícita" que é, basicamente, o inconsciente do Freud. Por um lado, isto ajuda a vencer a resistência à psicanálise, que não é pequena, especialmente nos EUA. Por outro lado, desvincula a tal ponto o argumento de sua origem, que pode tranquilamente levar alguém a aceitar a "memória implícita" e, ao mesmo tempo, dizer que a psicanálise é uma palhaçada - quando, sem a psicanálise, aquela ideia "maravilhosa" nunca existiria! Coisa parecida acontece com Marx: alguém que assiste o filme pode muito bem achar que a luta de classes é uma bobagem, e concordar com tudo que eles disseram! O bônus? Zeitgeist parece escapar de todas as inúmeras críticas, muitas delas perfeitamente razoáveis, já feitas tanto ao marxismo quanto à psicanálise, e que se aplicam sem tirar nem por ao que eles estão dizendo. Eles inventam a roda e sobra pro espectador descobri que é melhor fazê-la de borracha do que de pedra.<br /><br />Pode-se até dizer "isso tudo é válido pra você, que estuda isto, mas não é óbvio para a maioria das pessoas, que precisa de uma versão acessível a estas ideias". Ótimo: isto é mais motivo, e não menos, para mostrar a essas pessoas que há muito mais para se aprender, muito mais gente boa que já disse isso e muitas outras coisas; e outro tanto que disse o oposto, que contestou isso e disse que, por exemplo, abolir a propriedade é mais perigoso do que mantê-la, ou que é impossível, e por aí vai.<br /><br />Além disto, já temos coisas acessíveis, mas muito menos divulgadas. Prefiro esta <a href="http://www.youtube.com/watch?v=EaVbYyky-Bw&NR=1">versão animada do Manifesto Comunista</a> a toda a crítica à economia de mercado de "Zeitgeist". <a href="http://www.youtube.com/watch?v=3ifFzLtoRkY">Surplus</a> é uma maneira muito mais interessante de estimular a reflexão sobre o consumismo.<br /><br />Pode-se alegar, também, que Zeitgeist não é marxista por duas coisas. Primeiro, porque Marx, e é difícil negá-lo, está ligado a um projeto produtivista, defende que o comunismo surgirá como uma forma de aumentar ainda mais a produção, e não apenas de distribuí-la melhor, enquanto o filme tem uma postura anti-produtivista. Segundo, e o filme trata isto como se tivesse desvalidado tudo que tinha sido pensado antes, estamos diante da possibilidade muito real do esgotamento dos recursos naturais, funcionando com um sistema econômico que prevê crescimento indefinido. São duas ótimas críticas/acréscimos; mas também já foram feitas muito antes, inclusive por ex-marxistas. Na América Latina, Edgardo Lander já apontava justamente estas duas coisas e a ligação entre elas uma boa década atrás, e mesmo então já não era exatamente novidade (infelizmente não lembro em que artigo ele o fez). A crítica ao produtivismo está em voga desde "O elogio ao ócio", do Russel, de 1932. E por aí vai, com coisas sensacionais como <a href="http://www.oestrangeiro.net/index.php?option=com_content&task=view&id=126&Itemid=1">este artigo </a>do Gorz sobre o automóvel.<br /><br />E o que se critica no marxismo e pode ser legitimamente criticado em "Zeitgeist"? Acho que, pra falar direito, teria de fazer um novo post sobre isso. Fico com o problema de como distribuir justamente os bens, coisa que o filme propõe fazer com "uma pesquisa", como se as pessoas fossem capazes de automaticamente ter desejos e necessidades harmônicas, e essa não fosse uma das maiores dificuldades de todos os tempos - uma crítica, aliás, que se deve em boa parte à influência de Freud nos estudiosos de Marx. Olha aí porque é uma merda você não dizer de onde vêm as ideias.<br /><br />Pior do que isto é a ideia de que se podem usar critérios científicos para organizar a sociedade. Este cientificismo absurdo, que é o ápice do projeto positivista, que faz crer na neutralidade da ciência (coisa que não existe), que mascara toda a disputa de poder que caracteriza a sociedade (e que eles acabaram de expor!), é tão ruim que chega a ser caricato. Eles até sugerem deixar um computador a cargo do gerenciamento de toda a produção do mundo - um negócio tão perigosamente distópico que até Hollywood já mostrou, várias vezes, que não é uma ideia tão boa quanto parece.<br /><br /><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJf_SQgo6w20_Vuiz9koRWMXLGiOqgXI9s1Q4JExtfhoT81GGJqXi25j1YVu-b8nxCuLd-gHLDzkK4duxgZrlL-QuApd4tieRkrjrHkMb382bdbEupnqsuNQyXxiKyuLuOHJwfGADjAHs/s1600/terminators.jpg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 166px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJf_SQgo6w20_Vuiz9koRWMXLGiOqgXI9s1Q4JExtfhoT81GGJqXi25j1YVu-b8nxCuLd-gHLDzkK4duxgZrlL-QuApd4tieRkrjrHkMb382bdbEupnqsuNQyXxiKyuLuOHJwfGADjAHs/s320/terminators.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5576332045529033970" border="0" />O futuro ideal para os autores de "Zeitgeist</a>"<br /></div><br />De resto, vale repetir algo que certamente devia ser muito mais repetido: a ciência não nos diz nada sobre o certo e o errado, nada sobre justiça. Estas são questões éticas e políticas. Não existe fórmula mágica para resolvê-las, não existe um caminho simples e mais fácil. O caminho é, justamente, o caminho da política, que o filme tanto desacredita - não a política institucional, o Estado, etc. A política como capacidade dos seres humanos, em conjunto, decidirem como querem se organizar e o que querem fazer de suas próprias vidas.<br /><br />Isto significa também que, evidentemente, concordo com muita coisa que o filme defende. Sim, a economia de mercado, o fetiche da mercadoria, o consumismo ilimitado, além de nos transformar em robôs alienados, gerar violência, desigualdade, doença e morte, está caminhando para aniquilar todos os recursos do planeta e a própria espécie humana. Temos mesmo de derrubar o sistema vigente e inventar algo novo e melhor, pra ontem. Mas não o que o filme sugere - botar as coisas "na mão da ciência" não só é impossível, mas tentar fazê-lo é andar na rota da tirania, da desigualdade, enfim, piorar o que já está ruim.<br /><br />Nota: Eu estava escrevendo um post muito maior sobre isso, mas percebi que não teria mais tempo hábil para fazê-lo, até porque a fúria que motivou meu primeiro post já deu uma arrefecida. Fica postado o que tenho; um dia pode ser que eu faça mais.Heitorhttp://www.blogger.com/profile/08989366995725377570noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-1685159890172106088.post-43778719404012365202011-02-14T15:24:00.001-08:002011-02-14T21:22:50.393-08:00Porque "Zeitgeist: Moving Forward" é uma merdaAssistir "Zeitgeist: Moving Forward" foi dureza: comecei incentivado pelas indicações dos amigos de facebook e twitter, mas só consegui terminar quando encontrei determinação no desejo de poder criticar com propriedade. Porque o filme é ruim, minha gente, muito ruim; mas isso não é o pior. O pior é ele ser de uma ruindade do tipo contagiosa.<br /><br />(Antes de continuar, só um adendo: este é o terceiro filme da série. Não vi os outros dois - e agora é que não verei mesmo. Como o nome é grande, escreverei apenas "Zeitgeist", mas tenham em mente que me refiro somente a "Zeitgeist: Moving Forward", porque seria injusto botar os outros no mesmo saco. Apesar de que, sinceramente, duvido que estejam fora dele.)<br /><br />"Zeitgeist" (expressão alemã que significa, traduzindo grosseiramente, "espírito de época"; ponho isto aqui porque fui conferir e... não entendi o porquê do nome; se alguém puder explicar, ficarei feliz) me lembrou imediatamente - e isso é uma das piores ofensas que posso conceber para um filme - "O Segredo", tanto em seu jeitão quanto no efeito que causa. O jeitão é o mesmo estilo brega e óbvio daqueles documentários do NatGeo ou do History Channel que se propõem a investigar cientificamente eventos bíblicos interpretados de maneira literal, ou qualquer outra idiotice do gênero ("Noé poderia mesmo ter construído sua Arca? Como ele teria colocado todos os animais lá dentro?", "Como Jesus transformou a água em vinho?", e por aí vai). O filme fala em algo ou alguém e imediatamente passa uma imagem daquilo - ao falar de Locke, um retrato dele; ao falar em dinheiro, maços e maços de notas; ao falar de Noé, um ator fantasiado, de barba branca e cajado (tá, Noé não aparece no filme, estou só ilustrando). Não entendo muito de cinema, mas entendo o suficiente pra saber que isto não é a marca de um grande documentário; é ou má direção, que quer se fazer explícita demais, ou uma mal-intencionada técnica de persuasão, que quer fixar imagens e ideias, no melhor estilo publicitário - no primeiro caso, peca por tratar o espectador como um burro; no segundo, como otário.<br /><br />A outra coisa que "O Segredo" e "Zeitgeist" fazem, e os documentários da NatGeo e History Channel não, porém, é chamar "especialistas" que não são especializados no assunto em pauta. No caso de "O Segredo", posso estar sendo um pouco injusto: primeiro, porque o filme é tão ruim que só consegui ver 20 minutos (aliás, eu e o resto das 6 pessoas que estavam assistindo, 3 das quais caíram no sono); segundo porque, e não sei até onde isso depõe contra ou a favor do filme, o assunto dele, por definição, não admite muito o conhecimento especializado (provavelmente por ser uma grande charlatanice, mas isso não vem ao caso). Já os assuntos de "Zeitgeist" o admitem - e, no entanto, vemos jornalistas depondo sobre economia, geneticistas sobre psicologia e engenheiros sobre a organização social. Não tenho nenhum problema com pessoas falando sobre assuntos de fora de suas áreas (até aí, também não defendo a supremacia do conhecimento científico, como o filme) - pelo contrário, isto é importante e saudável. Mas quando chama-se alguém pelo seu depoimento <span style="font-weight: bold;">como especialista</span>... aí é importante que ele seja, de fato, um especialista.<br /><br />Mas tudo isto só evidencia algo que é tendência no documentário, e que é análogo aos truques de mágica (o que é irônico, já que, pelo que entendi, no primeiro filme Peter Joseph acusa muitos outros de fazerem a mesmíssima coisa): ele tende a misturar opiniões, teorias sem fundamento e acusações generalizadas a fatos verídicos, teorias comprovadas e acusações verdadeiras; resumindo, a misturar fato e especulação. O mágico repete 15 vezes que a moeda está na sua mão direita e, como nas 15 vezes ela estava, na 16ª ninguém descongia que já foi para a esquerda - um truque batido, mas tremendamente eficaz. Muita coisa em "Zeitgeist" é verdade. Não me admira que as pessoas vejam o filme e digam "nossa, ele tem razão!"; porque, em parte, tem. Mas ele se aproveita disto para conduzir o espectador e convencê-lo de que <span style="font-weight: bold;">seu projeto</span> é a única solução possível - e nisto não há nenhuma verdade.<br /><br />Daí posso compreender o impacto do filme, e é por isso que disse que ele é perigoso. Os admiradores de "Zeitgeist" referem-se ao mesmo tipo de coisa ao qual se referiam os de "O Segredo": um "abrir de olhos", uma "experiência capaz de mudar sua vida", etc.; ambos os filmes usam o mesmo tipo de truque, mas enquanto "O Segredo" é mesquinho e dedica-se apenas a afanar o dinheiro de gananciosos com sua linha de produtos, "Zeitgeist" parece querer arregimentar sob sua bandeira cientificista, com o pretexto messiânico da "única solução possível", todos aqueles que, com razão, percebem que há algo de muito errado no mundo e gostariam de mudá-lo - justamente quem poderia, por sinal, fazê-lo. "Zeitgeist" parece-me ter a ambição de cooptar boa parte do potencial de mudança radical da sociedade, localizado em muitos de seus membros mais insatisfeitos, e transferi-lo para seu projeto medonho de sociedade ideal, e é por isso (também) que faço questão de dedicar o possível de meu tempo e esforço à tarefa de retalhar seus fraquíssimos argumentos: gostaria de ver a atenção de meus amigos e das demais pessoas interessadas num mundo melhor voltada para coisas boas. E ainda há muita coisa boa por aí.<br /><br />"Zeitgeist" comete outro pecado que foi a segunda coisa ruim que reparei nele, e que não sei dizer se é ou não proposital. Se é proposital, há falsidade ideológica; se não, é sinal de muita ignorância. Acontece que o filme sempre indica a origem das correntes de pensamento que critica, situa seu surgimento, etc.: ao falar na origem do liberalismo, cita Locke e Smith; depois Hayek, Friedman, Mises para o neoliberalismo; em alguns pontos, Marx, Lênin, Stalin, Mao para o comunismo; etc. Mas quando oferece as críticas a estas correntes, e quando quer oferecer soluções a elas, e na maior parte do tempo em geral, nunca cita suas fontes - mesmo quando faz uso de conceitos conhecidíssimos. Ele quer associar a si mesmo tudo de bom, e dissociar-se de tudo que há de ruim, como se tivesse inventado, agora há pouco, todos seus conceitos e análises críticas. Em certos casos isto é tolerável num documentário que quer ser acessível e evitar parecer um trabalho acadêmico; mas "Zeitgeist" bem no começo já beira o ridículo, para em seguida tomar impulso e mergulhar nele.<br /><br />Primeiro grande exemplo. Na primeira parte do filme - e que foi, para mim, a mais interessante (o que certamente tem a ver com o fato de eu conhecer muito menos de genética do que do restante dos temas do documentário) - lá pelos 26 min., os cientistas entrevistados (não vou voltar mais ainda para checar os nomes, sinto muito), para explicar os efeitos duradouros que o ambiente e a educação têm nos bebês e até antes do nascimento, referem-se a "memória explícita" e "memória implícita", e explicam: há o que "poderíamos chamar de" (em "Zeitgeist" esta expressão parece ser o código para a fraude) "memórias implícitas", que mesmo não podendo ser recordadas, têm grande influência na formação da pessoa, seu caráter e personalidade.<br /><br />Assombroso! Quer dizer, então, que há todo um lado de nossa personalidade que nos é oculto, um lado ao qual não temos acesso! Que descoberta maravilhosa - como ninguém pensou nisto antes?! É quase como se os seres humanos tivessem dois lados: um que eles conseguem perceber, do qual eles têm consciência, e outro que -<br /><br /><div style="text-align: justify;">Hm...<br /><div style="text-align: center;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgORDNYczOkk3p_mnZoVDBnmzfan_HSn7qFePPqhE6v4rLGAlANXxuMnbisZfYO9PZ0mXbOXWejqlyaeKZQeCJodxUHEWOFxuYQbKThdSgVp3TvBS-Ct3NpmeGjqZG3QG7Z5S5o2YJdYB8/s1600/freud_grande.jpg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 212px; height: 213px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgORDNYczOkk3p_mnZoVDBnmzfan_HSn7qFePPqhE6v4rLGAlANXxuMnbisZfYO9PZ0mXbOXWejqlyaeKZQeCJodxUHEWOFxuYQbKThdSgVp3TvBS-Ct3NpmeGjqZG3QG7Z5S5o2YJdYB8/s320/freud_grande.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5573766175634094594" border="0" /></a><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgORDNYczOkk3p_mnZoVDBnmzfan_HSn7qFePPqhE6v4rLGAlANXxuMnbisZfYO9PZ0mXbOXWejqlyaeKZQeCJodxUHEWOFxuYQbKThdSgVp3TvBS-Ct3NpmeGjqZG3QG7Z5S5o2YJdYB8/s1600/freud_grande.jpg">"Freud explica..."</a><br /></div></div><br />E aí eu digo: Peter Joseph, camarada, e seus entrevistados, "memória implícita" e "memória explícita"? Vocês <span style="font-weight: bold;">só podem estar de sacanagem</span>! Há no mínimo 112 anos (desde a publicação de "A Interpretação dos Sonhos"), o nomezinho disto é <span style="font-weight: bold;">consciente</span> e <span style="font-weight: bold;">inconsciente</span>!<br /><br />Muita gente vai ler isso e dizer que eu estou de frescura, que isto é um mero detalhe, e o que importa não é quem disse o quê, mas o quê está sendo dito. Não é por aí, e por alguns motivos.<br /><br />Primeiro, porque falsidade ideológica é errado. É particularmente errado para quem estuda o assunto. É verdade que todo o conhecimento sempre toma por base conhecimento anterior; mas isto só torna mais importante reconhecer os méritos do conhecimento anterior. Não é mero detalhe, mas questão, ou de ignorância, ou de caráter - e tendo a crer que é a última alternativa, porque nunca ouvi falar de um pesquisador sério de qualquer coisa relacionada à mente humana no último século que não faça pelo menos uma boa ideia do que Freud disse. Aliás, todo mundo ouviu falar do homem, que foi um dos mais radicais e influentes pensadores da modernidade; não tomar conhecimento da teoria mais básica dele ao tratar precisamente do que ela aborda é, no mínimo, de mau gosto.<br /><br />Mas o mais grave é, segundo, como já disse, maquiar um conceito velho com uma aparência nova, inclusive com mais maquiagem científica ("memórias implícitas vão direto pra hipófise" ou sei lá qual outro órgão), e fazer parecer que você o inventou, que isto é uma grande novidade da qual nunca ninguém tinha ouvido falar - só que é uma das teoria mais famosas do século passado!<br /><br />Alguém também pode dizer: não é a mesma coisa, pois os cientistas do filme estão falando de um ponto de vista neurológico, e não psicológico; eles estão apresentando uma teoria nova. Mas o que eles estão apresentando é, no mínimo, uma pesquisa cuja hipótese e resultado coincidem perfeitamente com as teorias freudianas - o que, na prática, dá quase no mesmo.<br /><br />Ainda assim, realmente seria um detalhe... se fosse só uma vez. Só que em 2:40hs. de filme, Joseph usa, sem dar qualquer crédito, e isto só que eu tenha percebido (e, portanto, atenho-me mais a minha área), ideias de Sócrates (com toda a dificuldade que falar disto sempre carrega), Platão, More, Locke (que ele critica tão duramente!), Comte, e, mais do que qualquer outro, Marx, todos mortos há pelo menos mais de 120 anos, todos clássicos, todos conhecidos. Aí já não é detalhe: é picaretagem.<br /><br />Devemos nos orientar por conhecimentos objetivos, que sejam maiores do que a mera opinião? É o ataque que Sócrates fazia aos sofistas, 5 séculos antes de cristo! Abolir o dinheiro, que só causa mal? Platão propôs poucas décadas depois que fosse feito entre os dirigentes da República; a Utopia de More estendia a ideia a todos. Cidades planejadas, auto-suficientes e perfeitamente reguladas? Novamente, More traçava isto em detalhes. Os homens reúnem-se para satisfazer suas necessidades de maneira mais eficiente: é Locke um dos primeiros a dizê-lo. Critérios científicos devem ser usados para reger a sociedade? É a proposta de Comte e sua ciência positiva.<br /><br />Quase nada do que "Zeitgeist" apresenta é novo, e em momento nenhum é transmitida ao espectador a noção de que suas propostas tenham qualquer passado, que tenham sido sugeridas por qualquer outro autor, que possam ser encontradas em outros lugares, apresentadas sob diferentes prismas e discutidas. Ele quer tomar como seu tudo que vê de bom e negar todas as alternativas; ele é o caminho e a verdade.<br /><br />"Espere, mas você não explicou o que ele pegou do Marx", dirá você.<br /><br />Ah, é que o Marx é um caso a parte, e vou deixar pra outro dia.Heitorhttp://www.blogger.com/profile/08989366995725377570noreply@blogger.com19tag:blogger.com,1999:blog-1685159890172106088.post-23356254374428305412011-02-11T17:00:00.000-08:002011-02-11T17:01:15.519-08:00"Presidenta"<p>A coisa nem bem começou e já estou de saco cheio de "presidenta" ter virado uma espécie de bandeira do pessoal pró-Dilma, a ponto de quererem virar o jogo e chamar quem diz "a presidente" de reaça. Não é porque votei nela e porque (dizem) já se admite o verbete como gramaticalmente correto que sou obrigado a não achá-lo horrível e absolutamente incoerente; se seguirmos este rumo, como já apontaram, logo teremos "dentistos", "diplomatos", "gerentos", etc. Dizer que é uma atitude feminista também não cola - diferente de, por exemplo, evitar colocar todos os coletivos no masculino (numa sala com deputados e deputadas, chamar apenas "deputados", etc.) - porque os substantivos terminados em "e" não têm desinência de gênero, não são uma expressão da misoginia de nossa língua, que existe e, por isso mesmo, devia ser combatida com inteligência.</p><p>Se é pra promover um vocábulo novo, sinceramente prefiro defender a inclusão de "dogão" no dicionário.</p>Heitorhttp://www.blogger.com/profile/08989366995725377570noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1685159890172106088.post-35700971444052494522011-01-14T19:39:00.001-08:002011-01-15T12:10:48.449-08:00Gênero, sexo, transgênero: algumas considerações genéricasQuestões relativas a gênero e identidade sexual são (felizmente) cada vez menos tabu para muitos, e discussões sobre o assunto pipocam o tempo todo. O que significa ser homem ou ser mulher, ser "mais" ou "menos" homem ou "mais" ou "menos" mulher? É "normal" ou "natural" ser homossexual (ou bi, ou trans)?<br /><br />Não sou estudioso, mas como todo mundo, tenho opiniões a respeito e, ao começar a responder <a href="http://devir.wordpress.com/2011/01/11/ariadna-thalia-e-o-monstro-da-verdade/">este post </a>do Alexey Dodsworth, acabei escrevendo muito mais do que cabia numa resposta. Como isto me obrigou a organizar um pouquinho o que penso sobre o assunto em forma de texto, resolvi transformar o resultado nesse post aqui (que só se encaixa no espírito geral do blog pelo trocadalho do carilho em seu título).<br /><br />Pra começar, vai preliminar semelhante a que ele usou em seu blog: sexo biológico e gênero não são a mesma coisa. Sexo biológico é naturalmente determinado, caracterizado por uma marca genotípica (o par de cromossomos xx ou xy) e uma série de marcas fenotípicas (genitália, forma do corpo, pelagem...). O gênero é da ordem da mente e da convenção social, não da natureza. Dizer isto significa, entre outras coisas, que ele:<br /><br />1 - não corresponde à natureza, mas ao mesmo tempo é construído a partir dela: dizer que é "natural" que homens gostem de mulheres é quase tão inadequado quanto é dizer que é "natural" que meninos gostem de azul. A sexualidade, como o gosto estético (e são duas coisas que funcionam juntas), é formada socialmente, e o ato sexual não é um ato puramente natural, mas um ato social - que, para muito além da reprodução, adquire e exprime incontáveis sentidos: amor, paixão, controle, poder... Isto não pode, é evidente, significar que devemos ignorar a "base" natural sobre a qual os atos sociais são criados, p. ex. a influência dos hormônios, os impulsos reprodutores de espécie, e um sem-número de outras coisas. Mas estas coisas não explicam, nem podem explicar, a infinidade de práticas sexuais e papéis de gênero. Não há biologia (ou mesmo psicologia) que explique, sozinha, a podolatria, a coprofagia, ou mesmo coisas mais corriqueiras como a estimulação oral e a masturbação. Quem acusa os homossexuais de "crime contra a natureza", ou qualquer outra estupidez parecida, certamente nunca usou sequer um mísero neurônio de seu desocupado cérebro pensando na abominação que é dirigir um monstro de duas toneladas de metal que se alimenta de dinossauros mortos e regurgita gás carbônico, nem em nenhuma das outras atrocidades que praticamos diariamente como, digamos, assistir ao BBB. Não pensou sequer em suas próprias práticas sexuais que, para ser coerentes com a ideia de "sexo natural", deveriam excluir tudo que não significasse ejaculação dentro de uma vagina (e nisto a Igreja Católica até é coerente...).<br /><br />Guardadas as devidas proporções, coisas semelhantes podem ser ditas para a identidade de gênero. A identidade masculina não é natural, mas parte de "base" natural; assim, os símbolos da masculinidade frequentemente remetem ao pênis, à ejaculação, à penetração (fenômenos naturais), associando-o, p. ex., à "atividade" (em oposição à "passividade" feminina, que recebe o pênis e seu sêmen), ao uso das armas; e daí, somando-se a um sem-número de outras características naturais, como as diferenças fisiológicas (força física, pêlo facial), que vão definir um estereótipo do homem "de verdade" (ou "bem-feito", para imitarmos o comercial do barbeador), com características que vão desde a fertilidade e tendência à poligamia à força física e abertura de latas de azeitona, passando pela barba e pelas cantadas de pedreiro - estereótipo que muda com o tempo e lugar, mas que não deixa, por isso, de exercer força tremenda. Também a identidade de gênero feminino parte de "base" natural; p. ex. a maternidade, símbolo culturalmente universal da feminilidade, que, fora do reino da ficção (comédias estreladas por Schwarznegger em destaque), permanece restrita ao sexo (e ao gênero) feminino, como uma literal barreira natural aos poderes humanos (para a infelicidade de <a href="http://www.youtube.com/watch?v=C23mCQvJ8I4">nossa camarada Loretta</a>); mas há também inúmeros outros estereótipos do gênero ao qual espera-se, intencionalmente ou não, que um parceiro corresponda. É concebível e perfeitamente compreensível (mas de forma alguma inevitável) que um homem se decepcione ao saber que sua parceira é transgênero simplesmente porque significará infertilidade, ou um gogó atípico, já que, aos olhos do quadro definidor de gênero, isto a torna "menos" mulher, "menos" feminina; ainda, uma mulher "inautêntica" - e a autenticidade é um significante poderoso e importantíssimo. É claro que a infertilidade não pode definir o gênero, feminino ou masculino (ou toda mulher infértil deixaria de ser considerada mulher), mas há expectativas acerca do papel social que se ligam, como ela, quase diretamente a traços biológicos.<br /><br />2 - é criação social, não individual. A adequação do indivíduo ao gênero não é dada simplesmente pelo indivíduo, ou melhor, só é dada por ele no que tange a suas opiniões e ações. Ninguém é uma ilha, nem pode ignorar o fato de que se importa com a opinião alheia, mesmo que ela seja preconceituosa - se não se importasse, seria muito fácil para qualquer homossexual "sair do armário". Isto tem consequências complexas para todos os não-heterossexuais. Não avisar ao parceiro que é transgênero, p. ex., pode significar inadvertidamente expô-lo a um preconceito (ainda que injusto) que ele não necessariamente estava disposto a enfrentar. No caso do programa de tv, qualquer estalinho é difamação, porque nossa sociedade, no geral, não aceita os transgêneros (mais: abomina), ainda que aceite e acompanhe atrocidades muito maiores (como o BBB).<br /><br />(mas também, se, após 10 edições do programa, alguém ainda não percebeu que entrar no mesmo é dar carta branca para a produção fazer o que quiser com sua imagem pública, merece toda a difamação do mundo)<br /><br />3 - é "preconceituoso", no sentido literal de instituir significações prévias com as quais o sujeito social tentará dar sentido ao mundo - esterótipos. Somos todos, neste sentido, "preconceituosos", e não se pode taxar todo preconceito como moralmente reprovável simplesmente por sê-lo. Cabe taxar a este, por exemplo, por violar um princípio de respeito à diversidade de conduta sexual/identidade de gênero (mas que não é de forma alguma majoritariamente aceito). Estas noções mudam muito de sociedade para sociedade, mas isto não diminui em nada sua força, e não corresponder a estas expectativas, não importa com quanta legitimidade, costuma custar caro. Pensar que estamos "imunes" a este tipo de construção social também seria quase tão ingênuo quanto pensar que podemos nos colocar à parte e acima da sociedade para julgá-la. Na verdade foram estas mesmas noções, socialmente construídas, que engendraram nossas próprias noções acerca de nosso papel de gênero - o que é válido inclusive, e especialmente para, os transgêneros, que jamais se sentiriam inadequados se tivessem simplesmente construído sua ideia de gênero a partir do nada, e não sob a inescapável influência dos estereótipos sociais.<br /><br />Dessa brincadeira toda tiro dois dedos de conclusões pretensiosas:<br /><br />Não há - não faz sentido dizer que haja - determinidade absoluta de identidade de gênero ou comportamento sexual, porque nem nossa identidade social nem nossas ações em sociedade são absolutamente determinadas. A ideia de uma genética de homossexualidade é tão ingênua e perigosa quanto a de uma genética da criminalidade. O homossexual que alega sê-lo "por natureza" está tão errado quanto Silas Malafaia. A não ser que aceitemos a hipótese sensualista de que o homem é totalmente controlado pelos seus desejos, que não tem capacidade de agir para além deles (algo que, sinceramente, não acho que valha nem para um cachorro, que dirá para um humano), somos obrigados a admitir que a identidade de gênero e o comportamento sexual são, no melhor sentido do termo, escolhas; e que todo homossexual tem diante de si a escolha de tentar se adequar ao padrão social em detrimento de seus desejos homoeróticos, ou ceder a eles e viver uma vida de aparências, ou ainda incorporá-los a sua identidade social e enfrentar o estigma da inadequação e toda a força do preconceito. Escolhas injustas, certamente - como tantas outras que são feitas diariamente - mas escolhas.<br /><br />Na mesma direção, o homo, bi ou trans que age como se esperasse que a sociedade fosse subitamente despir-se de todos os estereótipos e tratá-lo como normal, exceto quando o faz por provocação ou semelhante, arma-se de uma ingenuidade tremendamente prejudicial, especialmente para ele mesmo e para aqueles próximos dele. É <span style="font-weight: bold;">claro </span>que a sociedade é preconceituosa! É <span style="font-weight: bold;">claro</span> que ela vai tratá-lo mal por não se adequar aos estereótipos traçados por ela! E isso não vale só para os sem-caráter, mas especialmente para pessoas de bem que, apesar de suas boas intenções, foram educadas e formadas com estes estereótipos de gênero, usados por nós (sinto-me obrigado a não me excluir) como critério para separar "normal" e "anormal", "bom" e "ruim", etc. Dizer que ser gay é normal não pode significar que o é de fato, mas sim de direito: que seria o justo, mas que, na prática, não acontece. Na prática, ser gay ainda é (bastante) anormal e, pelo contrário, a rejeição aos não-heterossexuais é a regra.Heitorhttp://www.blogger.com/profile/08989366995725377570noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1685159890172106088.post-51183757467589483412010-04-23T00:30:00.000-07:002010-04-23T00:30:02.452-07:00Canto IV<div style="text-align: center;"><div style="text-align: left;">E não é que teve continuação mesmo?<br />_______________________________________<br /></div><br />Canto IV - A Quebra de Juramento e Revista de Agamémnone<br /></div><br />Enquanto isso, no Olimpo...<br /><br />ZEUS: [ironia] Pois é, camaradas, tá vendo como mulher estraga tudo? A Afrodite só se meteu pra estragar toda a brincadeira, e deixou a Atena e a Hera aqui se cagando de raiva à toa! Huahuahuahuahua! [/ironia]<br /><br />Como vocês podem ver, Zeus não sabe usar [ironia].<br /><br />HERA: Escuta aqui, isso é maneira de você falar? Você é chefe dos olimpianos?<br />ZEUS: Sou, claro.<br />HERA: Mas num parece, eu tô aqui tentando destruir os troianos.<br />APOLO: Eu já não vi um diálogo assim nessa paródia?<br />ATENA: Seu ignorante, não sabe que o estilo homérico é baseado na repetição?<br />ZEUS: Mas afinal o que tanto o Príamo te fez pra você querer assim destruir a cidade dele, hein?<br />HERA: [eufemismo] Er... nada... só assim, uma coisinha que eu quis dele e ele não me deu. Uma bobagem. [/eufemismo]<br /><br />Como vocês podem ver, Hera sabe usar [eufemismo].<br /><br />ZEUS: Mas pôxa, eu gosto daquele brinquedo, Troia, não é justo! Você pode destruir meus brinquedos mas não vai querer que eu destrua os seus!<br />HERA: Tá, vamos trocar. Se eu destruir Troia, você pode destruir Argos, Esparta ou Micenas quando quiser.<br />ZEUS: Promete...?<br />HERA: Prometo.<br />ZEUS: Então cospe aqui!<br />HERA: ... no seu pau!?<br />ZEUS: É.<br />HERA: Que merda de pacto é esse?!<br />ZEUS: Pacto...?<br />ATENA: Por falar em pacto... como é que fica o dos gregos e dos troianos?<br />ZEUS: Ah, faz assim: vai lá e diz que se um dos troianos der o primeiro tiro pra quebrar o pacto, vai ganhar uma grana. Aí quando eles quebrarem o pacto, podemos matar todos aqueles desgraçados com apoio da mídia, dizendo que eles atiraram primeiro!<br />APOLO: Porra, isso aqui é o monte Olimpo ou uma reunião da União Democrática Ruralista!?<br /><br />Atena desce do monte e vai até Licáone, o Lício.<br /><br />ATENA: Aí, Licáone, ouvi dizer que se tu der o primeiro tiro pra quebrar o pacto, vai ganhar uma grana.<br />LICÁONE: ISSA!!<br /><br />Licáone vai pegar o arco! Eleavançapeladireitaeleavançapelaesquerdavaipegarnacarruagemoescudeiropeganoarco e paaaaasssa pra ele! Agora ele corre na direção do campo adversário! Elecorredriblaamarcaçãopassapelalinhademeio! Agoraelecaipelalateralesquerdavaiavançando com velocidade! Eleencaraamarcaçãogregarecuabotaaflechanoarcofintou, desviou, clareou, bateu!!!<br /><br />... NA TRAAAAAAVE! Atena desvia a flecha no último instaaaaante ela resvala e acaba acertando no cinto!!!<br /><br />MENELAU: Porra mas aí é sacanagem!!<br /><br />No CINTO, sua anta!<br /><br />MENELAU: Ufa.<br />AGAMÉMNONE: Caramba, Lau! Fiquei preocupado, achei que tu ia morrer!<br />MENELAU: Pô, valeu, mano, mas tô numa boa.<br />AGAMÉMNONE: Imagina só o que iam dizer? "Lá vai aquele otário, o Agamémnone, que veio pra cá pra pegar a mulher do irmão de volta mas agora vai voltar sem ela e sem o irmão". Eu ia ser zoado pra caralho!<br />MENELAU: É... bom saber que tu se preocupa...<br />AGAMÉMNONE: Aliás, é melhor chamar alguém pra estancar esse ferimento, antes que o sangue manche a armadura.<br />MENELAU: ...<br />AGAMÉMNONE: Taltíbio! Vai buscar um curandeiro!<br />TALTÍBIO: Mas onde, meu bom senhor?<br />AGAMÉMNONE: E eu sei lá, caralho! Faz um escândalo. Tu nunca mais vai aparecer nessa merda de história, mesmo.<br /><br />Taltíbio corre a procurar Macáone, que, até onde Homero nos mostra, parece ser o <span style="font-weight: bold;">único</span> médico em todo o exército grego.<br /><br />TALTÍBIO: LF HEALER EPIC TROY THEN G2G<br />MACÁONE: Tudo eu, tudo eu... Cadê o grupo?<br />TALTÍBIO: Tá na batalha, já...<br />MACÁONE: O quê!? Caralho! Quantas vezes eu preciso dizer pra chamarem o healer <span style="font-weight: bold;">antes</span> de começarem?!<br />TALTÍBIO: Er...<br /><br />Macáone vai até Menelau, retira a flecha e trata do ferimento.<br /><br />MENELAU: Putz, valeu dotô. Te devo uma.<br />MACÁONE: Sei... aposto que, se você morresse, geral ia dizer que a culpa era minha.<br />AGAMÉMNONE: Isso mesmo. Então sai fora! Te chamamos quando alguém se machucar de novo.<br />MACÁONE: Vida de merda...<br />AGAMÉMNONE: E agora, minha brincadeira preferida! Hora de passar a tropa em revista!<br />MENELAU: Mas é uma revista em quadrinhos?<br />AGAMÉMNONE: ...<br />TALTÍBIO: ...<br /><br />Agamémnone começa a revista. Passa pelas tropas, e quando encontra homens preparados para a batalha e bem dispostos, elogia assim:<br /><br />AGAMÉMNONE: AE CAMBADA! QUEM QUEBRA PACTO QUEBRA A CARA, FALEI!?<br />SOLDADOS: AEEEEE!<br />AGAMÉMNONE: QUEM É QUE ROBA AS MINA DE GERAL?<br />SOLDADOS: EH NOIX!<br />AGAMÉMNONE: EH NOIX MERMO, PORRAAAAA!<br /><br />Mas quando encontra uma galera relaxadinha, chapadinha, paga logo um puta esporro:<br /><br />AGAMÉMNONE: Tira essa roupa preta que você não merece! Tira essa roupa preta! Você<span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_24"></span> não é caveira você é MULEQUE!<br /><br />Agamémnone chega aos cretenses, chefiados por Idomeneu e Meríones, que estão preparados.<br /><br />AGAMÉMNONE: Ah, isso é que é um exercito, rapá. Grande Idomeneu, meu chapa! Sabe que tu vai tá sempre convidado pra minhas festinhas, tá ligado?<br />IDOMENEU: Pára de perder teu tempo aqui comigo e vá lá pilhar o resto dos gregos. Porra.<br />AGAMÉMNONE: Cabra bão! Queria ter um irmão assim...<br /><br />Passa também pelas tropas comandadas pelos Ajazes, já todas ordenadas.<br /><br />AGAMÉMNONE: Bacana, muito bacana. Legal mesmo esse negócio de guerra.<br /><br />Passa pelas tropas de Nestor de Gerena, que está botando ordem no pedaço.<br /><br />NESTOR: Vem pra cá você, vem pra cá você! Má oê!<br />AGAMÉMNONE: Coé, velhote! Bom ver que tu ainda tem gosto pela coisa. Aposto que, se não fosse tão idosinho, estaria lá na frente lutando... Pena que a pipa do vovô não sobe mais.<br />NESTOR: Ah, mas se fosse em outra época! No meu tempo, as coisas não eram assim, não. Como naquela vez em que eu matei o Ereutalião! Lembro que era uma quarta-feira, e...<br />AGAMÉMNONE: Sim, sei, aposto que era. Com licença.<br /><br />Agamémnone segue a revista e chega às tropas de Menesteu e Odisseu, que estão relaxando num baseadinho.<br /><br />AGAMÉMNONE: Cambada de vagabundos! Quantos moleques nós ainda vamos ter que perder pra um preiboi poder fumar seu baseado!?<br />MENESTEU: Oi.<br />AGAMÉMNONE: Essa preiboizada! Quando é festa, cês são os primeiros da fila, na hora da porrada fica de relax, porra!?<br />ODISSEU: Porra, coroa! Tá me chamando de vagabundo?! Sacanage! Assim fico bolado, porra... Até parece que tu não é meu amigo.<br />AGAMÉMNONE: Er... tá. Foi mal, queria ofender ninguém, não.<br /><br />Segue o caminho e encontra Diomedes e Esténelo, passeando de charrete.<br /><br />AGAMÉMNONE: Diomedes, isso é coisa que se faça?! O que seu pai diria!? Ele era um guerreiro valente! Quer dizer, pelo menos foi o que me disseram.<br />ESTÉNELO: Porra, coroa, com quem tu pensa que tá falando!?<br />DIOMEDES: Fica quieto, pirralho, ou... ih!<br />AGAMÉMNONE: AAAAAH, MULEQUE!<br />ESTÉNELO: O quê? O que que eu fiz?!<br />AGAMÉMNONE: DÁ A MÃO, MULEQUE!<br />ESTÉNELO: Na mão não, chefe! Na mão, não!<br /><br />PEI!<br /><br />DIOMEDES: Melhor num mexer com o Agamémnone e a avaiana de pau dele...<br />AGAMÉMNONE: Ela não é confortável, mas educa as crianças!<br /><br />As tropas gregas e troianas alinham-se e se preparam para o confronto.<br /><br />GREGOS: UH! UH! VAMO INVADIR! UH! UH! VAMO INVADIR!<br />TROIANOS: PORRADA! PORRADA! PORRADA!<br /><br />O lado a e o lado b se chocam e o pau come solto.<br /><br />ANTÍLOCO: Toma!<br />EQUEPOLO: Ugh!<br />AGENOR: Toma!<br />ELÉFENOR: Ugh!<br />AJAZ 1: Toma!<br />SIMOÉSIO: Ugh!<br />ÁNTIFO: Toma isso, Ajaz!<br />LEUCO: Ugh!<br />ÁNTIFO: Como assim, eu atiro a lança num e morre outro? Explica essa porra direito, Homero!<br />ODISSEU: Ae, sacanage matar o Leuco, ele era meu parceiro de truco!<br />DIOMEDES: É... e também te devia aquelas 500 pratas, lembra?<br />ODISSEU: ... O QUÊ!?<br /><br />Enfurecido, Odisseu corre para enfrentar os troianos.<br /><br />ODISSEU: Filhos da puta!<br /><br />Arremessa a lança. Os troianos todos se abaixam, menos Democoonte.<br /><br />PÁRIS: Mas que burro!<br />DEMOCOONTE: É que deu lag... ugh!<br /><br />Cai morto. Apólo tenta incitar ânimo, coragem e força aos troianos.<br /><br />APÓLO: Ânimo! Coragem! Força!<br />PÁRIS: Porra, valeu hein? Que faríamos sem você?<br />PÍROO: Toma!<br />DIORES: Ugh!<br />PÍROO: Arrá! Espólios!<br />TOANTE: Toma!<br />PÍROO: Ugh!<br />TOANTE: Arrá! Espólios!<br />PÍROO: Vacilo... nem bem apareço já morro!<br />TOANTE: Quem mandou ser figurante, rapá?<br />PÍROO: Ninguém pensa nos capangas...<br /><br />Vida de merda, hein?<br />_____________________________________<br />Continua... eu acho.Heitorhttp://www.blogger.com/profile/08989366995725377570noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1685159890172106088.post-69793712157102065662010-04-13T16:38:00.000-07:002010-04-13T18:47:27.282-07:00Aristóteles e amizade entre os gatosVamos começar o texto com uma premissa meio boçal: um monte de coisas, em geral do tipo mais importante, nunca pode ser realmente explicada. Todo mundo sabe disso, de um jeito ou de outro: a explicação até ajuda a entender, às vezes muito, mas no fim das contas, ou entende-se entendendo, sabe-se lá como, ou não, e cada um entende do seu jeito (mas com alguma coisa em comum?), portanto vindo a explicar do seu jeito para que o outro tente entender (até onde se pode falar em entendimento e não em criação de sentido próprio, etc.), e todos esses dilemas pedagógicos e epistemológicos que, a princípio, devem permanecer fora deste espaço pouco sério - como, aliás, todo traço de metodologia e rigor acadêmico. O que não me impede de irresponsavelmente usar Aristóteles nele.<br /><br />Tinha uma coisa que o homem fala à qual eu nunca tinha prestado a devida atenção (e o que se vai fazer? Impossível prestar atenção à tudo), possivelmente porque nunca entendi, ou não entendi porque não prestei atenção e, francamente, a ordem não interessa. Ele diz, <a href="http://www.perseus.tufts.edu/hopper/text?doc=Perseus%3Atext%3A1999.01.0054%3Abekker%20page%3D1155a%3Abekker%20line%3D3">no mesmo trecho</a>, primeiro, que pais e filhos sentem, naturalmente, amizade um pelo outro, e logo em seguida, que o mesmo sentimento pode ser visto nas aves e na maioria dos demais animais (vale sempre notar, a palavra que ele usa e traduzimos por amizade, "<a href="http://www.perseus.tufts.edu/hopper/morph?l=fi%2Flios&la=greek">philia</a>", velha conhecida por aglutinações bem-quistas do português como "pedofilia" e "necrofilia", não é bem "amizade", mas aqui a diferença é sutil o bastante pra não fazer diferença). Se não prestei a devida atenção por muito tempo, provavelmente foi por que não ligava muito para bichinhos, por um lado, ou porque simplesmente não concordava com a ideia de amizade entre desiguais - e é o próprio Aristóteles quem diz, antes e depois do trecho em questão, que a amizade se dá primordialmente entre iguais.<br /><br />O resultado é que não entendi merda nenhuma e deixei o trecho de lado, atribuindo o desentendimento às dificuldades da tradução. Isto, aliás, é um troço engraçado: depois que nos damos minimamente conta da dimensão das dificuldades de adaptar um texto como esse, rapidamente fica fácil supor obstáculos intransponíveis onde eles não necessariamente existem; ou seja, na dúvida, deve ser problema de tradução. No caso, claro, minha cabeça é que estava torta. Basta andar um pouco e o autor mesmo explica como, embora a amizade seja baseada na igualdade, existe entre os desiguais.<br /><br />"Em todas as amizades que envolvem desigualdade, o afeto também deve ser proporcional: a melhor das duas partes, por exemplo, ou a mais útil ou superior de qualquer outra maneira, conforme o caso, deve receber mais afeto do que dá, pois quando o afeto é proporcional ao mérito estabelece-se, de certa forma, uma igualdade, vista como uma característica essencial da amizade." (<a href="http://www.perseus.tufts.edu/hopper/text?doc=Aristot.+Nic.+Eth.+1158b&fromdoc=Perseus%3Atext%3A1999.01.0054">E.N., 1158b, 24-29</a>)<br /><br />De minha parte, sempre tive essa intolerância besta com este trecho que, como outros do autor, busca estabelecer certa hierarquia entra as pessoas e seres em geral, no estilo governantes > governados, homens > mulheres, homens livres > escravos, etc. Mas, cacetada, ele viveu no séc, IV A.C. e, se você vivesse, quase certamente pensaria da mesma forma, então dê-se o devido desconto ao homem; deixemos o quiprocó da superioridade-inferioridade pra lá enquanto tento explicar minha (inexplicável) interpretação deste trecho e, mais importante, do assunto que ele trata, por sinal desenvolvida esta madrugada sem a ajuda de nenhuma outra explicação - mas de duas bichaninhas.<br /><br />Rápida intervenção explicativa. Dia 23 de dezembro do ano passado uma gata abandonada veio dormir do lado da porta de nossa casa, esquálida, bigodes cortados e barriguda. Sem saber se eram vermes ou filhotes, pegamos a bichinha, eu e minha mulher, para ficar por aqui até ela melhorar/ter a cria, e depois dar para minha sogra, que já queria outra gata, mesmo. Eram filhotes, claro, e Natalina teve, na terça de carnaval, 3 filhotinhas, que chamamos de Maia, Electra e Mérope; fomos cuidando das quatro, isoladas na varanda aqui de casa, enquanto tentávamos arrumar alguém pra adotar essa gataria toda, o que, eventualmente, aconteceu.<br /><br />Ontem, o primeiro casal de adotantes veio, inicialmente para levar apenas uma, e acabou carregando Maia e Mérope. Quando cheguei em casa mais tarde, já quase de madrugada, ouvi os miados familiares da filha restante e sua mãe e, quase por reflexo, fui pegar água e comida para encher seus potes; mas, quando cheguei à varanda, vi que ainda estavam cheios. Sentando-me junto a elas, entendi que, era óbvio, não estavam miando nem por fome, nem por sede, mas de aflição, de solidão, de medo: onde estavam as outras duas? Foram mortas, feridas, devoradas? Elas voltarão algum dia? E nós, vamos ficar aqui - ou somos as próximas (e são)? A incapacidade animal de formular seus sentimentos em palavras, quem tem bicho sabe, não nos impede de interpretá-los e compreendê-los.<br /><br />Fiquei com elas na varanda por um tempo. Observei Electra, miante, esfregando-se em mim, na mãe, sem parar, e reparei que elas se afagavam, lambiam, etc., muito mais do que antes. Pouco depois, e desde então até agora, vi que estão sempre abraçadas, a mãe cobrindo a filha, aquecendo-a. Elas são mãe e filha, e seu afeto é desigual, dado de maneira desigual, mas a todo momento vi, tão claramente, como são igualadas por ele e por sua situação: são duas gatas, sozinhas, com medo frente ao desconhecido, habitando o mesmo espaço, partilhando do mesmo afeto e confiança - que, por sinal, por hora, é o que lhes resta.<br /><br />Não estou contando esta historinha para sensibilizar ninguém para o drama dos animais abandonados (embora não pretenda impedi-los, caso queiram) ou discutir o assunto. Até porque, levando-se tudo em conta, é uma história em que tudo deu certo, todos os animais abandonados estão prestes a encontrar abrigo, gozam de saúde, etc.; e temos muitas outras desgraças com as quais nos sensibilizar. Estou partilhando a mesma porque vi valor nela como exemplo do que diz Aristóteles com relação aos animais e, de forma mais abrangente, como analogia para toda a ideia da amizade e do afeto como equalizadores.<br /><br />Se podemos dizer que qualquer animal é capaz de amizade, com todas as devidas proporções guardadas, então Electra e suas irmãs eram, certamente, amigas. E também ela e sua mãe, como são, analogias devidamente aplicadas, mães, pais e filhos em toda parte. Mas também, e talvez o mais importante, podem ser quaiquer pessoas em quaisquer circunstâncias, pois partilhamos sempre um mínimo de coisas em comum, como partilham agora Natalina e Electra: estamos vivos, estamos sós, tememos o sem-número de coisas que desconhecemos, habitamos o mesmo espaço, etc.<br /><br />A interpretação certamente extrapola as intenções do autor, imagino eu. O que é ótimo, ainda que não absolutamente, até porque é necessário para se pensar. Mas me agrada esta ideia: de que, mesmo com toda a diferença, com toda a desigualdade, teremos sempre o suficiente em comum para que a amizade, onde ela consegue surgir, de certa forma nos iguale.Heitorhttp://www.blogger.com/profile/08989366995725377570noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1685159890172106088.post-34243248942663768382010-04-13T14:14:00.000-07:002010-04-13T16:33:32.380-07:00Canto III_____________________________<br />Canto III - Juramento, Muralhas da Observação e o Combate Singular de Alexandre e Menelau<br /><br />Os exércitos gregos e troianos avançam para se encontrar no campo de batalha. Páris começa a se engraçar.<br /><br />PÁRIS: Ih, lado A, lado B, rapá, o bicho vai pegar. Ah, muleque!<br />HEITOR: Ai, saco...<br />PÁRIS: Aí, mano, diz uma coisa. Quem é esse tal de Alexandre aí do título?<br />HEITOR: É você, seu anormal!<br />PÁRIS: Ah, é, esqueci que também tinha esse nome.<br />HEITOR: Eu devo ter jogado pedra no Olimpo...<br />PÁRIS: Aí seus grego otário! Otário!<br />HEITOR: Caralho, começou...<br />PÁRIS: Bando de viadinho, comeninguém!<br /><br />Menelau avista Páris e fica loco de raiva.<br /><br />MENELAU: Agora eu te pego filho da puta!<br /><br />Vai até Páris.<br /><br />MENELAU: Pára de andar atrás da minha mulher. Que senão... eu dou-lhe um tiro! Eu sei que não dá mais pra mim, mas... eu faço todo o possível. E também estou cansado de sair na rua ouvir certas conversas como: lá vai o grande chifrudo.<br />PÁRIS: Chifrudo? Eu soube exatamente o contrário, nada disso. Eu soube que... hm... soube que o senhor estava. Tava dando o negócio pros outro aí, pô.<br />MENELAU: Além de ser folgado você é um grande filho da puta - retire-se.<br />PÁRIS: Primeiramente eu não aceito ordens de bicha, entendeu?<br />MENELAU: Olha aqui seu frangote, eu sou velho... e se você não se retirar daqui a 5 minutos, eu vou enfiar isso na sua bunda.<br />PÁRIS: Aaaah, que é isso, rapá. Tá pensando que eu tenho a sua mania? Eu sou é homem, rapaz! Por que você não aproveita e enfia isso em você mesmo?<br />MENELAU: Ahahahaha. Cê quer mesmo? Num dá jeito! Só, mas pra você ter uma idéia, só um instante, vamos ver se você é macho pra isso. Anda, venha logo.<br /><br />Menelau joga a espada pra Páris.<br /><br />PÁRIS: ôu!<br /><br />Deixa a espada cair.<br /><br />MENELAU: Se cortou? Toma o meu lencinho!<br />PÁRIS: Hmmm... quanta gentileza! Já tá botando as manguinhas de fora, hã?<br />MENELAU: É... ehe.<br />PÁRIS: Eu deixei cair uma coisa de grande utilidade!<br />MENELAU: Você tem razão. Essa espada já me deu... muuuita alegria. Mas ainda não tenho o jeito... mas pego algum dia.<br />PÁRIS: Se você tivesse a minha experiência...<br />MENELAU: Por que que você não falou antes?<br />PÁRIS: Eu fui obrigado a fazer cú dôce, entendeu? E eu não gosto de falar as coisas abertamente, assim, pra todo mundo, assim, me confessar o que eu sou realmente. Eu só lhe falei porque você. Você é igual a mim, sabe? É uma coisa que aconteceu comigo... quando eu era criança.<br />MENELAU: Eu guardarei o seu segredo. Bichinha.<br />PÁRIS: Ok, bichona.<br /><br />Páris volta pra junto dos troianos.<br /><br />HEITOR: Porra, Páris, deixa de viadagem. Você tem que parar de frescura e enfrentar logo o Menelau pra gente voltar pra casa pra jogar unieléve.<br />PÁRIS: Ah, mano!<br />HEITOR: Tá com medo? Você é um covárrde, Le Roy, um covárrde!<br />PÁRIS: Tá bom, eu vou mas... me dá uns buff antes?<br />HEITOR: Que mané buff, o quê.<br /><br />Heitor vai até os gregos.<br /><br />HEITOR: Aê, bora resolver tudo num x1, Páris e Menelau. Perdeu um, perdeu o resto. Q Q 6 ACHÃO?<br />AGAMÉMNONE: Fmz.<br />NESTOR: Eh noix.<br /><br /><span style="color: rgb(204, 102, 0);">Páris invites you to a duel.</span><br /><span style="color: rgb(204, 102, 0);">Menelau accepts your duel.<br /><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);">Nisso Íris vai chamar Helena pra ver a peleja.<br /><br />ÍRIS: Vai lá, mulé, os homi tão brigando pra ficar com tu!<br /><br />Lá em cima, Príamo e uma cambada sentam na arquibancada pra ver a luta.<br /><br />PRÍAMO: Minha filha vem cá! Assiste aqui no camarote com o sogrinho... e me explica quem é quem, que eu não enxergo nada sem meus óculos. Quem é aquele coroa ali?<br />HELENA: /whois Agamémnone<br /><br />Agamémnone Human Warrior lvl 70<br /><micênios><br /><br />PRÍAMO: E aquele com jeito mais moleque?<br />HELENA: /whois Odisseu<br /><br />Odisseu Human Fiadaputa lvl 70<br /><Ítaca><br /><br />PRÍAMO: E quem é aquele outro grandalhão?<br />HELENA: /whois Ajaz 1<br /><br />sua mãe trepando seu fiadaputa!<br /><br />PRÍAMO: Mas que grosseria!<br /><br />Para de enrolar, seu véio, e deixa eu continuar a estória!<br /><br />PRÍAMO: Tá bão...<br /><br />Príamo vai de carroagem firmar o pacto solene com os gregos.<br /><br />PRÍAMO: É pacto de cuspe?<br />AGAMÉMNONE: É o que for.<br />PRÍAMO: Então toca aqui. Quem ganhar, ganha, quem perder, perde.<br />ODISSEU: O véio tá gagá...<br />PRÍAMO: E se alguém quebrar o juramento, que seus miolos estourem e caiam no chão.<br /><br />Acreditem, esse juramento eu não inventei!<br /><br />Odisseu e Heitor medem o campo de batalha.<br /><br />ODISSEU: Pena que ainda não inventaram aquele sprayzinho pra marcar a grama do campo.<br />HEITOR: Que grama? Aqui só tem terra dura!<br />PRÍAMO: Fui.<br />AGAMÉMNONE: Ué, tu não vai ver a luta?<br />PRÍAMO: Luta? Esses dois frangotes? Prefiro jogar damas.<br /><br />Príamo volta pra Tróia. Os duelistas vestem as armaduras, os elmos, as sombrancelhas e passam um batonzinho pra dar mais charme.<br /><br />HEITOR: Chega dessa enrolação!<br /><br /></micênios></span><span style="color: rgb(0, 0, 0);">ROUND... ONE... FIGHT!<br /><br />MENELAU: ABUGUEM!!<br />PÁRIS: ÚLURÚRULÚ!<br />ODISSEU: Argh, ele tá dando os pulinhos do Vega!<br />HEITOR: Fala grosso, porra!<br />MENELAU: </span></span><span style="color: rgb(204, 102, 0);"><span style="color: rgb(0, 0, 0);">Meu santo Zeusinho padre Cícero, por favor me ajuda a matar esse filho da puta!<br /><br />Atira a lança.<br /><br />PÁRIS: Pei! Morri.<br />MENELAU:ÉÉÉÉ!!<br />PÁRIS: Brinks, tô vivão.<br />MENELAU: Filho da! Agora tu vai ver!<br /><br />Menelau acerta em cheio a espada na cabeça dele, mas ela quebra.<br /><br />MENELAU: Ah, tá de sacanagem!!!<br /><br />Afrodite intervém e enche tudo com névoa.<br /><br />MENELAU: Ei, quem soltou a lag grenade?<br /><br />Afrodite leva Páris de volta ao palácio de Tróia. Vai falar com Helena.<br /><br />AFRODITE: Helena, meu bem, teu homi voltou!<br />HELENA: Deixa de caô, sua sirigaita.<br />AFRODITE: Caô nada e cala essa boca antes que eu quebre isso que você chama de cara.<br /><br />Helena vai ver Páris.<br /><br />HELENA: Não acredito! Seu covarde, seu rato, seu, seu.<br />PÁRIS: Mimimi, mimimi - calaboca logo e vamo pro quarto que eu tô a fim de dá uma trepada.<br /><br />Sobem pro quarto. Enquanto isso, no campo de batalha.<br /><br />AGAMÉMNONE: Absurdo! Exigimos vitória por WO!<br />_________________________________________<br />Continua...<br /></span></span>Heitorhttp://www.blogger.com/profile/08989366995725377570noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1685159890172106088.post-66873824271996093832010-04-04T07:50:00.000-07:002010-04-04T07:51:24.141-07:00Canto IISegue a reedição:<br />_______________________________________<br /><br />CANTO II - Sonho, Teste e Beócia ou O Catálogo das Naus<br /><br />Todos dormem, menos Zeus, que é um deus simpático, agradável, no entanto fica perdendo seu tempo com bobagem. Ele conversa com Sonho.<br /><br />ZEUS: Mas vamos bolar um plano para enganar o Agamémnone, Sonho. Eu sei de um plano.<br />SONHO: Eu também sei seu porra.<br />ZEUS: Você vai entrar no quarto dele, vai... Não, correção!<br />SONHO: Uhn?<br />ZEUS: Você vai se fantasiar como mulher do Agamémnone. Você vai se fazer passar pela mulher do Agamémnone. Você vai dormir uma noite com o Agamémnone. Você vai se fantasiar de viado.<br />SONHO: Glup! Merda!<br /><br />Sonho não se fantasia, mas vai à tenda de Agamémnone e enche ele de idéia errada.<br /><br />SONHO: Aí, hoje vai dar até pra tirar a camisa, hein? Vai matar geral! Geral!<br />AGAMÉMNONE: Ah, moleque!<br />SONHO: Sem neurose, sem caô, Zeus manda avisar que pode partir feroz, porque os troianos vão rodar!<br /><br />Agamémnone acorda e imediatamente vai chamar os chefes dos gregos.<br /><br />AGAMÉMNONE: Pessoal, hoje um sonho me visitou com uma mensagem direta de Zeus. Ele disse assim: "Sem neurose, sem caô, Zeus manda avisar que pode partir feroz, porque os troianos vão rodar!"<br />DIOMEDES: Nós acabamos de ler isso duas linhas acima!<br />ODISSEU: Seu ignorante, não sabe que o estilo Homérico é baseado na repetição?<br />NESTOR: Hora do pau!<br /><br />Saem para falar com o povo.<br /><br />AGAMÉMNONE: Pessoal, sei que vocês querem bater nos troianos, mas... Estou morrendo de cansaço, vam´bora meninas, vam´bora. Eu vou embora, tchau queridos.<br />GREGOS: Hein?!<br />CHEFES GREGOS: Hein!?<br />HERA: Hein!?<br />ATENA: Ué, nós não estávamos dormindo?<br />HERA: Esquece isso e vai lá impedir esse corno de ir embora.<br /><br />Atena desce.<br /><br />ATENA: Odisseu, não dá mole, não deixa esse corno ir embora.<br />ODISSEU: Ah!<br /><br />Odisseu passa uma descompostura nos soldados que pensavam em ir embora.<br /><br />ODISSEU: Peidorrentos!<br />TERSITES: ... esse Agamémnone acorda pra sacanear um, tem que mandar logo tomar no cú!<br />ODISSEU: Seu Tersites.<br />TERSITES: Pra puta que pariu! Filho da puta! Filho da puta!<br />ODISSEU: Calma filho da puta! Calma!<br /><br />Odisseu dá uma paulada em Tersites.<br /><br />ODISSEU: Só não te dou outra porque!<br /><br />Depois fala a todos.<br /><br />ODISSEU: Ó, não peidem não, hein!?<br />NESTOR: É! Er... é sério isso, Agámemnone?<br />AGAMÉMNONE: Brink's, vamos ficar. Aprontem um churrasquinho.<br /><br />Aprontam o churrasco, oferendam um pouco pra Zeus.<br /><br />ZEUS: Hmmm... toucinho!<br />NESTOR: Chefe, afinal, quanta gente veio pra essa merda de guerra, hein?<br />AGAMÉMNONE: Er... sei lá.<br /><br />Agamémnone sai e começa a contar as naus.<br /><br />AGAMÉMNONE: 987, 988, novecentos e... merda, aquela onda me atrapalhou. Não vou mais contar porra nenhuma.<br /><br />Anda até as tropas.<br /><br />AGAMÉMNONE: Aí pessoal, cansei de contar barquinho. Vamos começar meu joguinho favorito...<br /><br />Agamémnone pega a pauta.<br /><br />AGAMÉMNONE: Chamada!<br />BEÓCIOS: Presentes!<br />ASPLEDONENSES: Presentes!<br />FOCIDENSES: Presentes!<br />LÓCRIOS: Presentes!<br />AJAZ 2 : Presente. Ei, ei, peraí, como assim, "Ajaz 2"?<br />EUBEIENSES: Presentes!<br />ESTIRENSES: Presentes!<br />ATENIENSES: Presentes!<br />AJAZ 1: Presente.<br />AJAZ 2: Ei! Por que eu tenho que ser o 2? Aliás, por que 1 e 2, custa escrever o sobrenome?<br />ARGIVOS: Presentes!<br />DIOMEDES: Presente.<br />AJAZ 2: Ajaz Oileu, Ajaz Telamônio! Viu? Não é difícil!<br />MICENENSES: Presentes!<br />CORINTIANOS: Vai curingão, vai mano!<br />AGAMÉMNONE: Que mano, o que, sai pra lá!<br /><br />É, essas torcidas organizadas são muito violentas...<br /><br />ESPARTANOS: Presentes!<br />MENELAU: Mano, posso ir no banheiro?<br />AGAMÉMNONE: Não, você ainda tá de castigo por ter perdido sua mulher.<br />MENELAU: Mas eu tô apertado...<br />NESTOR: Presente.<br />TRÁCIOS: Presentes!<br />AJAZ 2: Não, é sério, que tal então Ajaz T e Ajaz O?<br />BUPRASE... BUPRASENSES? BUPRASIANOS? COMO SE CHAMA QUEM VEM DESSE LUGAR?<br /><br />Eu sei lá, e alguém se importa com esses putos? Eles nem aparecem mais na estória.<br /><br />AGAMÉMNONE: Vamos andar logo com isso aí?<br />DULIQUI... DULIQUINENSES? DULIQUINÉSIOS?<br />AGAMÉMNONE: Ah, pelo amor de... Odisseu!?<br />ODISSEU: Presunto!<br />TOANTE: Engraçadinho...<br />AJAZ 2: Não preferem? Letras ficam melhor que números! Até porque os numerais árabes ainda vão levar séculos para serem inventados...<br />AGAMÉMNONE: Tá, chega de merda! Idomeneu, Cretenses, Meríones, Ródios, Teplólemo, blábláblá... todo mundo aqui.<br />AJAZ 2: Pô, gente, isso é tão injusto... a maioria das pessoas nem imagina que tenha mais de um Ajaz nessa guerra. Quer dizer, Pedro, Paulo, João, a gente espera ver mais de um... mas Ajaz?<br />AJAZ 1 : Quer calar a porra da boca?!<br />AGAMÉMNONE: Todo mundo... menos os Mirmídones e o Aquiles! Hahahaha! Falta pra você, Aquiles! Mais uma e vocês serão reprovados!<br />GREGOS: ...<br />ODISSEU: Cara, duvido que os troianos tenham que aturar isso.<br /><br />Enquanto isso, em Tróia...<br /><br />HEITOR: Quem quer lutar com os gregos põe o dedo aqui! Que já vai fechar!<br />ENÉIAS, ACAMANTE, ARQUÉLOCO, PÂNDARO, ADRASTO, ANFIÃO, ÁSIO, PILEU, PELASGO, EUFEMO, PIRACME, PILÊMENES, EPÍSTROFO, ODIO, CRÔMIS, ENOMO, FÓRCIS, ASCÂNIO, ÁNTIFO, MESTLE, NASTES, ANFÍMACO, GLAUCO E SARPÉDONE:<br />Eeeeeeeeeeeeeeeeu!!!<br />PÁRIS: Pô, mano, estranho esse negócio de por o dedo... sei lá, inclua-me fora dessa.<br />GLAUCO: E alguns desses caras aí em cima já até morreram!<br />POLIDAMANTE: Cara, duvido que os gregos tenham que aturar isso.Heitorhttp://www.blogger.com/profile/08989366995725377570noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1685159890172106088.post-76876305995444908582010-03-31T14:47:00.000-07:002010-03-31T15:07:03.439-07:00Canto IRelendo umas bobagens velhas do <a href="http://www.pisandro.blogspot.com/">Pisandro</a>, decidi que o lugar delas é aqui, então vou republicar. Se bobear, até continuo!<br /><br />Pra quem não viu, trata-se de droga pesada: minha tentativa vergonhosa de parodiar a Ilíada.<br /><br />Critique ou não; a única certeza é que eu me divirto.<br /><br />_______________________________________<br />CANTO I – A Peste e a Ira<br /><br />Deus, dê-me forças pra conseguir contar o grande chilique que teve Aquiles, por conta do qual um monte de gente morreu, perdeu braço, perna, prega, enfim, foi uma merda só.<br /><br />Perto do acampamento dos gregos, Crises vem falar com Agamémnone.<br /><br />CRISES: Ó só, Agá, tô cagando se vocês destroem Tróia, alopram geral... levar minha filha é sacanagem, pô, sou sacerdote, pô, isso, isso num se faz não, fião. Devolve ela aí.<br />AGAMÉMNONE: Agá, quem cê tá chamando de Agá, isso é maneira de você falar? Você é sacerdote de Apolo?<br />CRISES: Sou, claro.<br />AGAMÉMNONE: Mas num parece, eu tô aqui tentando dirigir um exército.<br />CRISES: Ó só, Agá, tu fica esperto, hein? Tu fica na tua. Senão vou chamar o Apolo, aí o bicho vai pegar pra tu. Favor respeito.<br />AGAMÉMNONE: Respeito de cu é rola, seu véio. O meu negócio agora vai ser papar tua filhinha dia e noite até ela morrer velhinha lá em casa, e sai daqui se não quiser levar uns pipoco!<br />CRISES: Er...<br /><br /> Crises vai rezar pra Febo Apolo.<br /><br />CRISES: Aí Apólou, Apólo! Sacanagem aí, o maluco te desafiou, hein, falou que tua mãe tem cabelo no dedo do pé! Desafiou que eu vi!<br /><br />Apolo pega o arco e flecha e faz chover praga pra cima dos gregos por 9 dias. Todo mundo se fode. Aquiles fica boladasso e chama a galera.<br /><br />AQUILES: Galera, tô boladasso, assim não dá. Vamo consultar um adivinho, um pai de santo, qualquer coisa aí porque parece que rogaram uma praga pra cima da gente.<br /><br />Levanta-se Calcante, que vaticina, joga cartas, búzios e traz a pessoa amada em 3 dias, satisfação garantida ou seu boi de volta.<br /><br />CALCANTE: Olha, eu falo, eu falo, mas me garante aí, Aquiles, que vai ter gente, que eu não vou dizer o nome ainda não, mas vai ter gente, que vai ficar putinho comigo.<br />AQUILES: Tem treta não, mermão, tá comigo, tá com Zeus.<br />CALCANTE: Foi o Agamémnone, foi ele quem começou sim, que eu vi! O Crises veio aí...<br />AQUILES: O Cruzes?<br />CALCANTE: Crises.<br />AQUILES: Que nome de gibi da DC.<br />CALCANTE: Então, ele veio pedir a filha de volta, a Criseide, e o Agamémnone mandou ele sair varado se não quisesse levar uns pipoco. A gente devolve ela que Apolo vai parar na hora, pode confiar.<br />AGAMEMNÓNE: Seu bruxo de merda, seu filho duma puta, safado, sem vergonha! Eu nunca fui com a tua cara! Vai querer que só eu largue da minha? Sacanagem!<br />AQUILES: Coé, pão-duro, tu já é cheio da bufunfa... segura tua onda, quando a gente passar os troianos, vai sobrar mulézinha pra ti, patrão.<br />AGAMÉMNONE: É o caralho! Eu vou querer uma escrava aí, tenho um vale-escrava!<br />AQUILES: Mas que filho da puta olha aí veja você! E querem que a gente siga ordens desse escroto? Todo mundo se fode, mas beleza, tá tranqüilo. Agora tu ainda por cima vai querer levar escrava dos outros? Aí não!<br />AGAMÉMNONE: Tá se engraçando pra cima de mim? Ah, não, agora vou levar é a tua escrava, a Briseide, aquela gostosinha, só pra tua aprender quem manda nessa bagaça.<br />AQUILES: CUMÉQUIÉ CUMPÁDI?!<br /><br /> Atena desce do céu para falar com Aquiles antes que ele saque a espada e saia fazendo merda.<br /><br />ATENA: Pô, Aquiles, pega leve aí, que a tua hora vai chegar. Se quiser xingar, xinga, mas num toca o rebu, não.<br />AQUILES: Er... tá.<br /><br /> Atena vai embora.<br /><br />AQUILES: Filho da puta cretino!<br /><br /> Nestor se levanta.<br /><br />NESTOR: Pô, gente, vamos ser da paz!...<br />AGAMÉMNONE: Paz! Cala essa boca!<br />AQUILES: Quer levar a mulézinha, leva, mas depois agüenta as conseqüênciassssss.<br /><br />Aquiles tem um chilique, joga o cetro no chão e sai. Agmémnone manda levarem Criseide para o pai, e depois apanharem Briseide na tenda de Aquiles.<br /><br />PÁTROCLO: Santo roubo de escravos, Aquiles! São os emissários de Agmémnone!<br />AQUILES: Acompanhe os moços, menino-prodígio. Você tem muito que aprender com eles.<br />PÁTROCLO: Ui!<br /><br /> Pátroclo vai com eles. Aquiles vai até a praia e começa a choramingar.<br /><br />AQUILES: MANHÊEEEE!<br /><br /> Chega Tétis.<br /><br />TÉTIS: Que foi, filhinho?<br />AQUILES: O Aga, Aga, chuif, chuif, o Agamémnone! Ele, ele levou a minha escravinha! UÁAAAAAA!<br />TÉTIS: Oh, pobrezinho, vem aqui com a mamãe, vem. Agora fica bem calminho, tá? Que a mamãe vai lá falar com titio Zeus, e vai consertar tudinho pra você, tá bom? Agora toma um pirulito.<br />AQUILES: Êeeeeeee!<br /><br /> Odisseu chega com Criseide até Crises.<br /><br />ODISSEU: Tô na área. Tua filha aí, ó.<br />CRISES: Opa! Aí, Apolo! Suspende a praga!<br /><br /> Apolo suspende a praga. Tétis vai até Zeus.<br /><br />ZEUS: Chega mais, minha gostosa!<br />TÉTIS: Ai, Zeusinho, querido... sabe o que eu queria meeeesmo? Que os Troianos dessem umas porradas nos gregos, pro Agmémnone deixar de ser besta.<br />ZEUS: Iiih...<br />TÉTIS: Ai, deixa, vai, deixa, vai, diz que sim, diz que sim, diz que sim, vai, siiiiiiiim?<br />ZEUS: Tá, mas fica no sapato senão a Hera vai me encher a paciência.<br /><br /> Tétis vai embora. Zeus vai encontrar os outros deuses, e Hera desconfia.<br /><br />HERA: Zeus Crônica Potente Que as Nuvens Cumula da Conceição Tavares! Que perfume barato é esse?!<br />ZEUS: Er...<br />HERA: Eu sabia! É da Tétis, aquela sirigaita! Aquela piranha!<br />ZEUS: Er...<br />HERA: Você andou se engraçando com ela? Ela pediu pros troianos ganharem, não foi? Hein?<br />ZEUS: Ah, cala a boca e não enche o saco, porra! Quer apanhar?<br />HERA: ...<br /><br /> Hefesto chega com uma taça de vinho.<br /><br />HEFESTO: Pô mãe, fica assim não, bebe aqui um vinhozinho.<br />HERA: ... tá.<br /><br />Hera bebe. Os outros deuses todos bebem. Apolo faz um mega-solo de lira, rola uma fuleiragem desgraçada e todo mundo toma um porre. Acordam numa boa, que deus não tem ressaca.Heitorhttp://www.blogger.com/profile/08989366995725377570noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1685159890172106088.post-86269115635063176392010-03-17T12:47:00.000-07:002010-03-17T13:20:12.454-07:00Leis de GersonPapo velho, escrevi isso acho que lá por 2003 ou 2004. Fui procurar nos meus arquivos por conta dum post do <a href="http://formulauk.wordpress.com/">Mike</a>, achei legal e decidi repostar. Querendo, emenda-se a lei.<br /><br /><center><b>LEIS DE GERSON</b></center><br /><p><b>Capítulo I: Parte Geral</b><br /></p><p>Art. 1°: "Gosto de levar vantagem em tudo, certo? Leve vantagem você também."<br /></p><p>Art. 2°: A Lei de Gerson é a única e verdadeira lei, estando todas as demais a ela subordinadas.<br /></p><p><b>Capítulo II: Parte Específica</b><br /></p><p>DAS FILAS<br /></p><p>Art. 3°: Todas as espécies de filas foram feitas para serem furadas.<br /></p><p>Par. Único: No trânsito, buscar sempre a fila mais rápida, ignorando tanto a Lei de Murphy (a dos outros é sempre mais rápida), quanto a Lei de Newton (dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo), conforme o art. 2° desta.<br /></p><p>DO COUNTER-STRIKE<br /></p><p>Art. 4°: O negócio é matar e o time que se foda.<br /></p><p>§1°: O vencedor da partida é aquele que marca mais pontos individualmente.<br /></p><p>§2°: Quem mata mais tem direito, assegurado por esta lei, de esculachar todos os participantes inferiores.<br /></p><p>Art. 5°: Camperagem não é problema, é solução.<br /></p><p>DO STREET FIGHTER<br /></p><p>art. 6°: Se a apelação não está funcionando, você não está usando o suficiente.<br /></p><p>art. 7°: Novatos e jogadores de menor idade são uma grande maneira de poupar o seu gasto com fichas.<br /></p><p>DO TRÂNSITO<br /></p><p>art. 8°: O limite de velocidade é, na realidade, o dobro do que está escrito nas placas.<br /></p><p>art. 9°: O acostamento existe para ser usado. Por você, num engarrafamento, enquanto todos os outros ficam parados.<br /></p><p>§1°: Em ruas de mão dupla, a contra-mão substitui a função do acostamento.<br /></p><p>§2°: Em caso de batida, a responsabilidade recai toda sobre o filho da puta que não desviou de você a tempo.<br /></p><p>art. 10°: O indivíduo que demorar mais de uma fração de segundo para reagir a um sinal verde deve ser punido por uma série de usos de sua buzina.<br /></p><p>DA CONFLITO DE OPINIÕES<br /></p><p>art. 11: Você está sempre certo.<br /></p><p>I. Quem disser o contrário, está errado.<br /></p><p>II. Discutir a respeito é perda de tempo.<br /></p><p>III. Se o outro lado recusar-se a ouvir a verdade, force-o.<br /></p>art. 12: Se violência não está resolvendo o problema, você não está usando o suficiente.Heitorhttp://www.blogger.com/profile/08989366995725377570noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1685159890172106088.post-88730306735437375652010-03-09T11:34:00.000-08:002010-03-09T11:38:58.250-08:00Serviço de Informação Pública - Pulseiras do SexoComo costumo fazer com todas as correntes de internet que recebo, e <span style="font-weight: bold;">como todo mundo devia fazer</span> <span style="font-weight: bold;">antes de repassar</span>, fui pesquisar a respeito; e desta vez, foi difícil. O rumor pegou tão forte que a grande mídia comprou e, no fim das contas, até as escolas e os municípios tomaram atitudes contrárias às tais pulseiras. Então, primeira coisa:<br /><br />- Já me surpreende que os britânicos percam tempo com o The Sun, fonte deste artigo e do boato; por que nós, brasileiros, perderíamos? Porque nossa mídia é tão ruim, mas tão ruim, e tão puxa-saco dos gringos, que promoveu a notícia sem nem verificar - algo no qual, aliás, o próprio The Sun é mestre. Mas tenham certeza: o The Sun é merda embalada em papel jornal, e suas principais preocupações continuam sendo apoiar as guerras americanas (Iraque, Afeganistão, etc.), alimentar o ódio aos imigrantes na Europa e, principalmente, encher o bolso do Rupert Murdoch.<br /><br />- Esta não é a primeira aparição dos boatos, ou de uma brincadeira do gênero. Estas pulseiras são do tempo da Hebe Camargo virgem, só o boato sobre seu significado sexual é recente. Mas em geral, em todos os lugares que pesquisei, nenhum dos adolescentes entrevistados levava a suposta brincadeira a sério. Todas as atitudes oficiais, de governos ou de escolas, foram muito mais por conta da histeria coletiva gerada pela corrente do que por qualquer outra coisa. Tudo leva a crer que não passa de um grande hoax, lenda urbana, no nível do boato de que os hamburguers do McDonald's eram carne de minhocoçú, de que lindas mulheres te dando mole podiam estar atrás de seu fígado, ou de que o mendigo do aterro do flamengo injeta aids em quem deixa a janela aberta. Além disso...<br /><br />- Pelamordedeus, quem nunca jogou salada mista? Verdade ou consequência? Brincadeiras sexuais entre adolescentes sempre existiram, e sempre contiveram a ideia de forçar o outro a fazer isto ou aquilo. E nunca vimos ninguém fazer nelas algo que já não quizesse fazer de todo rumo; é porque são brincadeiras, são feitas para quebrar o gelo, permitir que se expresse os desejos e se brinque com eles, e não uma lei secreta de um grupo de adolescentes malvados que tomaram a escola e querem corromper seus lindos filhinhos.<br /><br />- Naturalmente, se houvesse mesmo essa brincadeira (e, repito, não vi nenhuma evidência primária, convincente, disto), o único efeito da proibição delas é levar os pobres ambulantes que as vendem à falência. Sempre se pode inventar uma nova brincadeira usando tampas de caneta, latas de refrigerantes, ou absolutamente nada, já que o equipamento básico necessário vem de fábrica.<br /><br />- Pra terminar, isto não quer dizer que a sexualização crescente da mídia, e a exposição cada vez maior de crianças e adolescentes a ela, não sejam preocupantes - são. Mas isto se resolve com uma educação sexualmente responsável (que, é evidente, começa em casa), com manifestações contrárias ao sensacionalismo na imprensa e nas mídias e geral, e com um uso mais criterioso das mídias acessíveis a nós, em especial a internet.<br /><br />Por isso: <span style="font-weight: bold;">pesquisem antes de repassar!</span>Heitorhttp://www.blogger.com/profile/08989366995725377570noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1685159890172106088.post-23473184576459061662010-03-02T19:31:00.000-08:002010-03-02T21:23:14.529-08:00BBB = Armação ilimitada?Não foi tão breve mas, cá entre nós, falar de BBB é ainda mais difícil e requer ainda mais esforço do que vê-lo. Até aqui, pelo menos nestas férias, o videogame ganhou quase sempre...<br /><br />Mas o programa de hoje me deu oportunidade de ver com mais exatidão duas coisas que já vinha dizendo/pensando há algum tempo; sobre uma já escrevi no último post e acrescentarei pouco, sobre a outra, ainda não, e pretendo elaborar mais.<br /><br />Primeiramente quero observar como os últimos dois paredões desta edição do programa ilustraram melhor ainda a questão do "verdadeiro eu", mais até do que o exemplo que dei anteriormente. Nas duas vezes, quase todos os participantes preocuparam-se muito em mostrar, principalmente dentro do "confessionário" e fora dele, que eram genuínos, que eram, enfim, "eles mesmos". Já falei bastante porque isto é absurdo e impossível; resta tentar saber porque é desejável, e a resposta vai nos jogando logo para a segunda coisa sobre a qual quero falar: ser "eles mesmos" é importante porque "significa" (não significa, mas parece significar, o que, nessa situação, dá no mesmo) ser sincero. E ser sincero, por sua vez, é importante porque, por um lado, é uma característica apreciada, moralmente falando, e o critério para o voto do público passa, em boa parte, por uma avaliação (tosca) de caráter dos participantes; por outro, porque convence o público da genuinidade do próprio programa, a partir de uma alegada não-conivência do participante com qualquer espécie de roteiro-armação.<br /><br />Isto é na verdade o desdobramento natural do problema do "verdadeiro eu", lançado agora sobre o produto inteiro. Se o programa não é, ele mesmo, genuíno, não pode mostrar nada de genuíno, e genuinidade é o que ele vende; se há armação, não há "reality" - e é sobre isto que quero falar agora. Afinal, BBB é ou não é armado?<br /><br />A maneira como geralmente esta questão é inicialmente abordada é típica de criança que caiu num truque de mágica bobo e está tentando entender como a moeda poderia ter saído de sua orelha. Fala-se em roteiros e papéis previamente distribuídos, em ordens vindas da produção durante a estadia na casa, e semelhantes. Orgulhosamente, a rede globo disponibiliza o pay-per-view como quem diz "vamos, pode olhar a cartola, a pomba não está escondida aqui dentro" (mas cobrando um extra pela inspeção), e há muita gente que, após, fica convencida de que a mágica é real quando, como de costume, o truque é bem mais evidente do que se imaginou.<br /><br />No caso, há principalmente dois truques. Um já apontei, mas não custa repetir: <span style="font-weight: bold;">o programa é uma armação pela sua própria premissa</span>. É genuíno apenas de forma semelhante a um labirinto de camundongos. Seus participantes são lá postos numa situação extraordinária, na qual são obrigados a assumir um determinado papel e se dispõem, todos, ao mesmo objetivo. E o roteiro do tipo resta-um é explicado inteirinho pelas regras do jogo, a cada semana sendo repetidas as mesmas etapas, com ligeiras variações, até a determinação do vencedor. Todos sabemos desde o começo o tipo de relação que se estabelecerá entre os participantes, e todos sabemos mais ou menos o que vai acontecer, e inclusive sabemos que, no final, um deles ganhará. Só a conjuntura é que muda a cada edição, com uma ou outra surpresas, e com atores diferentes preenchendo os papéis; papéis que, por sua própria natureza, não podem nunca diferir demais um do outro, nem de uma edição para a outra. Parecido com o que ocorre com filmes de ação, comédias românticas, ou - você adivinhou - novelas. Claro, mesmo com o público sabendo que, no final, a mocinha fica com o mocinho, que o herói derrota o vilão, etc., estes gêneros não deixam de ser populares, e o mesmo vale para o reality, que conta com o privilégio de deixar o público escolher quem são os mocinhos. Mas não quero debater o papel da surpresa e da estrutura na narrativa, o que, novamente, seria muita areia para este caminhãozinho.<br /><br />Voltemos à frase anterior: o público escolhe o vencedor. Escolhe mesmo? Supondo que não haja nenhum tipo de fraude nas eleições do show (e quero deixar bem claro que, embora eu não ache que haja, inclusive pelo que estou prestes a expor, não há nada que o prove com certeza), baseado em que esta escolha é feita? Claro, nas opiniões do público. Mas estas, por sua vez, são formadas pelo que o público vê. E <span style="font-weight: bold;">o público vê através das câmeras de televisão</span>, postas lá pela produção, e que mostram, a cada momento, segundo o que é decidido pela produção.<br /><br />Não há, certamente, nada mais evidente que isto, o que torna o truque ainda mais fabuloso. Acredita-se que o que se vê é genuíno mesmo quando se está assistindo a um programa de tv, gravado num estúdio de tv, num cenário montado pela tv, segundo regras estabelecidas pela tv, com uma programação criada pela tv, e mostrada na tv após uma edição meticulosa! Haveria realidade mais fabricada que esta?<br /><br />Nem adianta argumentar que a farsa não resiste ao pay-per-view, como se ele não fosse parte do circo - afinal, às gravações de quem você pensa que está assistindo? Quem está escolhendo qual câmera passar, qual microfone ativar...? Claro, o filtro é menor, mas somemos a isto o fato de que ninguém pode acompanhar absolutamente todo o pay-per-view, sob pena de perder a vida (e não só metaforicamente, se levarmos a coisa ao limite), e de que, em nosso país tremendamente desigual, pouquíssimos têm os recursos e a disposição para participar tão ativamente de mais um instrumento de concentração de renda. Resumindo, mais até do que na das câmeras, e muito mais do que na do povo votante, o resultado do BBB está mesmo é na mão da edição, que escolhe meticulosamente o que mostrar, e em qual embalagem mostrar.<br /><br />E, aliás, que edição! Ela é, disparada, a melhor coisa do programa, a única coisa que o torna tolerável. Assistir às edições do BBB, em especial as de terça, é como ver uma série de trailers ótimos apresentando filmes horríveis, e é admirável o trabalho que conseguem com este roteiro insosso e seu elenco fraco. Também é ótimo porque fica muito evidente que é ela, a edição, que compõe o grosso da direção: ela enquadra cada ator em seu personagem, inclusive designando-lhe por nomes e estereótipos, apresentando e conduzindo cada situação por eles protagonizada.<br /><br />Se o leitor tem algum problema grave de memória e esqueceu de episódios icônicos como o debate presidencial de 89 entre Collor e Lula, talvez duvide da enorme influência de uma edição tendenciosa na opinião pública. Então peguemos o exemplo mais recente do programa de hoje. Cláudia foi eliminada com maioria esmagadora de votos. Na saída, o apresentador, Bial, a recepcionou pedindo que entendesse o que "nós vimos daqui": seu "namorado", Eliéser, chamando outra participante, Lia, para o paredão, e depois "deixando" que ela, Cláudia, fosse em seu lugar, com a conivência desta. Por esta "covardia", ela foi punida.<br /><br />Você, que assistiu ao mesmo programa que eu, diga: quantas vezes este aspecto da decisão de Cláudia foi enfatizada pela edição? Dourado, que apontou a "covardia", a repetiu em inúmeras conversas; pelo menos três, se não me falha a memória, foram mostradas. Os acusados responderam algo? Sinceramente, é até difícil lembrar; basicamente não foi mostrado. Acho que em dado momento a edição mostrou Cláudia dizer que, além de ser uma escolha óbvia proteger alguém de quem se gosta (e não é?), ela nem tinha alternativas, já que os outros dois participantes próximos a ela (Dicésar e Michel) já estavam imunes. Rigorosamente falando, o que ela fez de errado? E quem decidiu dar destaque às opiniões que expunham seus atos como errados?<br /><br />Isto é só um exemplo. O ódio ao eliminado geralmente começa cedo, e dele participa todo o circo armado pela produção, que vai para muito além dela, passando por toda a grade da emissora, a grande mídia impressa, e webmídias; mas todas passam, necessariamente, pela mediação das lentes da casa e da edição de suas imagens, e ela é - como poderia deixar de ser? - tremendamente parcial. Com outros assuntos, podemos sempre ter outras fontes para formar nossas opiniões; com o reality show, a armação é só o começo, e o espectador aceita sempre, implicitamente, ter seu juízo conduzido.<br /><br />OBS: duro é depois disso ver o jornal acusando este ou aquele candidato de demagogo. Não que não sejam, mas tem mais demagogia nesse mundo do que Big Brother Brasil?Heitorhttp://www.blogger.com/profile/08989366995725377570noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1685159890172106088.post-2217282614029113532010-02-09T09:00:00.000-08:002010-02-09T10:01:01.158-08:00BBB e o "Verdadeiro Eu"É, em geral, sabido por quem convive comigo que sempre tive asco considerável de <span style="font-style: italic;">reality shows</span> em geral e do BBB em particular. Desde que venho convivendo com minha digníssima esposa, todo início de ano, porém, isto se tornou motivo de conflito - pois entre seus poucos defeitos, está o hábito de assistir assiduamente ao programa, procurando sempre me levar para o lado negro da programação da TV aberta, o que eu recusei com apenas uma ressalva: que um dia eu deveria assistir a esta porcaria para poder falar mal dela com propriedade.<br /><br />Este dia chegou no início do ano, quando, lá pelo 4º programa, decidi que era a hora de dizer alguma coisa sobre ele por escrito (falar eu sempre falei) com um mínimo de consistência, sentei-me ao lado de minha mulher e passei a fazê-lo sempre que pude, durante o horário do programa. No começo, pensei que falaria apenas ao final do programa; de lá pra cá, sob sugestões, mudei de ideia, e decidi falar ao longo da duração do show, para não deixar escapar o que penso de cada etapa, como novato no assunto; pena ter decidido assim tarde, mas melhor do que a alternativa.<br /><br />Comecemos do começo: hoje, ao menos em nosso país, Big Brother Brasil é o <span style="font-style: italic;">reality show</span> por excelência, estabelecido como o de maior sucesso, impacto, influência, duração, e, consequentemente, o modelo a ser batido. Mas quem é capaz de explicar o que é um <span style="font-style: italic;">reality show</span>? Consequentemente, quem é capaz de explicar, afinal, a premissa de Big Brother, o jogo?<br /><br />A resposta aparentemente mais óbvia, "<span style="font-style: italic;">reality show</span> é um programa de televisão que mostra a realidade", é incrivelmente frágil. Reconstituições, documentários e noticiários "mostram a realidade", ao menos no sentido de não pretenderem produzir ficção, criar uma história. Mas todo bom documentarista sabe que esta é uma linha que nunca pode ser definitivamente traçada, e que toda reconstituição ou relato é, na melhor hipótese, a exposição de um (ou mais) ponto(s) de vista, e a criação de uma história que tem por função tal exposição, a partir do registro da realidade mediado pela imagem e pelo som. Até onde registro e realidade são efetivamente equivalentes, aspectos diferentes da mesma coisa, ou iguais, é assunto de uma complexidade assustadora - e, não por acaso, um dos muitos temas tão bem explorados por Orwell (que, dizem, levanta de sua tumba e devora o coração de um telespectador de <span style="font-style: italic;">Big Brother</span> a cada noite de paredão) em <span style="font-style: italic;">1984</span>. O assunto é bem grande para nosso caminhãozinho, então, ao menos por hora, deixemos este monte de areia em paz, e voltemos ao programa.<br /><br />Se não é tão óbvio dizer o que é um <span style="font-style: italic;">reality show</span>, é muito simples dizer que alguma coisa o diferencia da maioria dos demais gêneros televisivos. Mas é, de novo, difícil dizer o que é; geralmente, diz-se que é porque não há, supostamente, um roteiro, portanto não há imitação de eventos ideais, não há <span style="font-style: italic;">mimésis</span>, mas somente um jogo realmente acontecendo, no qual participantes supostamente comuns são lançados, e durante o qual são filmados. O <span style="font-style: italic;">reality</span>, então, seria por mostrar, não uma imitação da vida, mas um trecho da vida propriamente dita, da "verdadeira" vida, "genuína" em dois aspectos: primeiro, por ser, supostamente, o retrato de pessoas "comuns" em situações "comuns", e não personagens em situações incomuns e extraordinárias; segundo, porque, não sendo fruto de planejamento e atuação, o programa seria capaz de mostrar a "face oculta" das pessoas, despidas de suas máscaras.<br /><br />O primeiro aspecto é, por um lado, tão evidentemente falso que sequer parece merecer discussão: ainda que se possa disputar o quanto os participantes de um <span style="font-style: italic;">reality</span> como o BBB sejam "comuns", é evidente que a situação em que se encontram é tão extraordinária quanto deplorável, asquerosa, humilhante, uma gaiola humana na qual se entra voluntariamente pela oportunidade de fama passageira e dinheiro; até porque um programa que não mostre absolutamente nada de extraordinário não tem razão de ser, nem razão para ser assistido. Entretanto extraordinária não pode querer dizer, em absoluto, sem relação com o cotidiano ou sem nenhum sentido forte para o grande público; de fato, por mais de um ângulo o <span style="font-style: italic;">reality show </span>é, por excelência, mimético. Mas volto a isto outro dia.<br /><br />Já a face oculta... a esse respeito, assistir ao programa só fez reforçar minha opinião de 10 anos atrás, quando pela primeira vez vi um trecho dele; uma ideia que desencavei ao ouvi um comentário da Tessália, ao sair da casa, que é um resumo de boa parte do que é dito em todas as entrevistas ao sair da casa: "Talvez eu não tenha sido eu lá dentro" (resposta só superada em frequência pela sua oposta, "acho que fui eu mesmo demais"). O programa parece mesmo ser essa busca tosca pelo "verdadeiro eu" dos participantes, e o participante que melhor convence estar mostrando o seu "verdadeiro eu" é sempre sério candidato à vitória. É uma lógica falaciosa que parece querer dizer: "se acompanharmos a rotina de alguém em toda sua intimidade, se o acompanharmos tomando banho, cozinhando, enfim, o tempo todo, e numa situação limite, em que seus parâmetros morais são postos à prova, o verdadeiro eu dele virá à tona". Mas falaciosa precisamente no sentido do senso comum, no estilo da expressão "na hora do vamos ver": "na hora do vamos ver, será que ele será honesto? Será que continuará meu amigo?", tratando esta criatura, desta hora, como mais verdadeira do que as outras.<br /><br />Não é que esta crença não tenha nenhuma razão de ser, mas ela é tremendamente falsa em pelo menos dois níveis. Primeiro, porque ninguém, <span style="font-weight: bold;">ninguém</span> age normalmente sabendo que está sendo observado. Procurar alcançar um estado de aparente normalidade enquanto observado é uma das muitas faces do ofício do ator, e mesmo os melhores entre eles sabem que, ainda que convençam seus espectadores de que agem normalmente, não agem, apenas atuam segundo uma normalidade criada para um personagem. O argumento ocasional contra isto é o de que ninguém seria capaz de sustentar uma atuação por meses seguidos, 24 hs por dia, todos os dias; de que, como os seguimos em sua intimidade, etc., o "verdadeiro eu" vai acabar escapulindo e as pessoas, se revelando. E é fato que há uma espécie de revelação, até porque há um exame, muito aprofundado e específico (outro assunto que fica para uma próxima oportunidade), mas isto é muito diferente de uma revelação "espontânea" do "eu", até porque, e aí nosso segundo nível, <span style="font-weight: bold;">esse negócio de "verdadeiro eu" não existe</span>.<br /><br />Não é uma afirmação tão rasa quanto pode parecer, mas que, igualmente, pode ser entendida e explicada com muita simplicidade: não existe "eu verdadeiro" porque ninguém é uma ilha, e a identidade é formada a partir das relações dos outros conosco e suas impressões sobre nós, a começar por coisas primárias como o nome. Somos sempre atores sociais e estamos sempre exercendo papéis sociais, o que significa exatamente modificar nossas ações segundo as expectativas alheias ou, mais precisamente, o que imaginamos que elas sejam; isto vale até mesmo quando estamos sozinhos. Atuar o tempo todo não é nem surpreendente, nem muito menos impossível, mas a regra para todo ser humano. E Tessália, como todos os demais participantes e boa parcela do público, se engana ao dizer que "não foi ela mesma lá dentro", porque, evidentemente, isto não pode ser feito.<br /><br />Ao mesmo tempo, porém, sua fala traduz algo muito válido: a ideia de que, submetida àquela experiência, ela se viu tomando atitudes muito diversas das que considerava próprias à sua pessoa, isto é, que falhou em manter um sentimento de identidade ao longo do processo e, mais importante, falhou em passar esta imagem de identidade coesa e desejável para o grande público. Pois, evidentemente, é isto acima de qualquer outra coisa que define o vencedor: a imagem que ele consegue passar de sua personalidade, de seu caráter, para o espectador, de maneira que leve a uma identificação mútua, à torcida e, consequentemente, ao voto. É, resumindo, a habilidade de parecer uma "boa pessoa" mesmo numa situação em que a faca nas costas é obrigatória; um jogo de convencimento e de produção de aparências.<br /><br />Não é isto que torna BBB uma forma de entretenimento deplorável. A vida em sociedade é sempre produção de aparências. O problema é o tipo de aparência que ela preza e a situação extraordinária que estabelece como "normal" - precisamente, o tipo de situação na qual uma facada nas costas é a regra invariável e a hipocrisia é a norma.<br />___________________________________________<br />Falo mais em breve...Heitorhttp://www.blogger.com/profile/08989366995725377570noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1685159890172106088.post-56185390240020889602009-04-25T08:16:00.000-07:002009-04-25T09:06:28.450-07:00O FUTURO DE ANTIGAMENTE ERA MAIS LEGAL.<div style="text-align: left;"> Sejamos sinceros: o futuro de hoje é muuuuuuuuito sem graça comparado ao futuro idealizado nos cinemas nos anos 80 e 90. Imaginava-se um futuro poligonal, onte os carros eram quadradões, faziam barulhos maneiros e voavam por aí. Além disso, era a era do metal: chão de metal, paredes de metal, portas de metal, mulheres de met... bom, o futuro (hoje) não é nada disso que eles pensavam. Não temos colônias de férias em marte, nossas portas não tem a forma de um trapézio e (na maioria das casas) ainda usamos chaves para abrir a porta.<br /></div> <a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhilcd0zrAnR_esbf8mQg2JKhyY2fSfvSH0TRXCspEnayoIc18rCLwggZir1-K85X7rkth56PO7tFO_WucK69XWcQGE_2ss3XcoEDmZGZV2C-cVVUMk5uN_QgftDeFABK2QskktR5ir7yc/s1600-h/id2228img2.jpg"><img style="cursor: pointer; width: 247px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhilcd0zrAnR_esbf8mQg2JKhyY2fSfvSH0TRXCspEnayoIc18rCLwggZir1-K85X7rkth56PO7tFO_WucK69XWcQGE_2ss3XcoEDmZGZV2C-cVVUMk5uN_QgftDeFABK2QskktR5ir7yc/s400/id2228img2.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5328657365093181122" border="0" /></a><br /> <span style="font-style: italic;">"Me tirem desse futuro podre!"</span><br /><br /><div style="text-align: left;"> Se tem uma coisa que seria muito melhor se fosse igual aos filmes é a idéia de evolução e futuro. Teríamos moeda única na via láctea (Vingador do Futuro), excursões de férias interplanetárias (Vingador do Futuro / O Quinto Elemento), skates e táxis voadores (De Volta para o Futuro / O Quinto Elemento), futuro pós apocaliptico com roupas maneironas e calhambeques voadores (Blade Runner), humanóides mutantes com super-poderes (Vingador do futuro, X-men e Waterworld) e todo tipo de engenhoca tecnologica para facilitar nossas vidas, isso tudo sem contar os robôs, presentes em praticamente todos os filmes sci-fi 90's.<br /> O futuro de hoje não é cinza, é branco. Não é de metal (ou alumínio), é de plástico. Não é poligonal (com naves em forma de esfiha ou carros que lembram uma pirâmide), é oval. Nada mais sem graça, se compararmos com os chutes sobre o futuro dos cinemas. Nesse futuro que vivemos, a maior preocupação é com o meio ambiente e com nanotecnologia, ou seja, aquelas máquinas em escala microscópica. Comparem um apartamento de "O quinto elemento" com um apartamento atual. O que eles tem de igual? O tamanho, mínimo. Ponto pro filme. Mas os apartamentos atuais tem aquela aparenciazinha clean bem aviad... sem graça. No quinto elemento, a cama vira mesa, e a geladeira vira chuveiro, tudo isso com barulinhos tecnológicos ressoando enquanto as coisas acontecem. A casa tem uma voz de mulher no cio e conversa com você. Já nas casas atuais, você poderia muito bem ter a tecnologia do filme em sua casa, (no japão existem casas com o modelo de economia de espaço do filme) mas ao invés de barulhos tecnológicos e a voz feminina hormonalmente feliz, temos coisas que mudam de lugar e de posição sem fazer barulho e aquela voz retalhada que diz uma palavra por vez e monta a frase.<br />Ex: Casa do futuro nos filmes.<br /><br />*zuuuuimmm* (porta abre)<br /><br />-Boa tarde, casa.<br /><br />*Boa tarde, doutor Jim. Sua mãe ligou. O Jantar será servido quando o senhor der a ordem.*<br /><br />-Obrigado. Acessar roupas.<br /><br />*Acessando guarda roupas.* *zuimmmmmmmmm*<br /><br />e por aí vai.<br /><br /><br />Vamos ver agora como seria numa casa futuristica atual.<br /><br />*Click* (porta abre)<br /><br />-Ligar.<br /><br />Bom. Dia. Doutor. Jim.<br />Você. Tem. DUAS. (não sei pq, mas gravação sempre entoa com força os numerais) Mensagens. De. Voz.<br /><br />O. Jantar. Será. Servido. Às. OITO. E. TRINTA E CINCO.<br /><br />-Armário.<br /><br />Click.<br /><br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4mxSkFXzACEB-iVrYbbKo63tK1a3sk3S8xmxp068U750tp-Am8V4vdVMd-DaSbDVUUT1ZfsdOruvTLIaWL1EfEIECDFAVPxqDejEG4J9nDhqygerZT9KjY0Wrv1vWBAuBdmr2_ik8jZk/s1600-h/images.jpg"><img style="cursor: pointer; width: 388px; height: 292px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4mxSkFXzACEB-iVrYbbKo63tK1a3sk3S8xmxp068U750tp-Am8V4vdVMd-DaSbDVUUT1ZfsdOruvTLIaWL1EfEIECDFAVPxqDejEG4J9nDhqygerZT9KjY0Wrv1vWBAuBdmr2_ik8jZk/s400/images.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5328658674925650498" border="0" /></a><br /><span style="font-style: italic;">Até a puliça é mais bonitinha no futuro dos filmes.</span><br /><br /><br /> Perceberam oq eu disse? Qual a graça de ter tecnologia e não observá-la acontecendo? Qual a graça de ter um armário que de dá a roupa sozinho se ele não fizer aquele barulinho legal? Essas coisas que se mexem sozinhas e não fazem barulho ao funcionar pra mim são tão assustadoras quando um fantasma que derruba um quadro, ou um vento que bate a porta ou a janela. Acho que o filme que mais se aproximou do futuro de hoje é O Demolidor, com Stallone e Wesley Snipes. No filme, qualquer coisa que você faça que não faça bem à saúde é crime. (imagine um mundo sem cerveja) Além disso, para se fazer sexo, você tem que convidar alguém a jogar um tipo de videogame com você, e sexo mesmo não tem! (isso já existe, se chama chat do Uol) Se o futuro for tão chato assim, vou preferir continuar no passado, bebendo cerveja, vendo peitinhos e conhecendo as pessoas com um aperto de mão, ao invés de mandar uma mensagem de texto ou de voz virtualmente.<br /><br />Qualquer dia eu volto.<br /><br />Jim<br /></div>Jimhttp://www.blogger.com/profile/00932058605425739641noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1685159890172106088.post-24831292106942746782009-03-22T19:12:00.001-07:002009-03-22T19:14:54.591-07:00Casamento DUCA<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhujbYPJMIiJDn4p10WDiJXaE_FXbv1ufvtQcF4raa44gEGxgIwv9yS04NHzV3kTuoKWgWTA5UY9OSb5r0hDwM_wKnxTH8KAVGKSWzk0LeoVGyBksQI7JXYmoMm3VguH-ZpqPt1VGkKx2hD/s1600-h/Untitled.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhujbYPJMIiJDn4p10WDiJXaE_FXbv1ufvtQcF4raa44gEGxgIwv9yS04NHzV3kTuoKWgWTA5UY9OSb5r0hDwM_wKnxTH8KAVGKSWzk0LeoVGyBksQI7JXYmoMm3VguH-ZpqPt1VGkKx2hD/s320/Untitled.jpg" /></a> </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Segue o link da piada pronta: <a href="http://entretenimento.br.msn.com/famosidades/fotos-galeria.aspx?cp-documentid=18731486&imageindex=7">http://entretenimento.br.msn.com/famosidades/fotos-galeria.aspx?cp-documentid=18731486&imageindex=7</a> </div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1685159890172106088.post-69884403581348143602009-02-03T15:44:00.000-08:002009-02-07T17:05:59.026-08:00Preguiça de escrever um título que preste.<span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>É praticamente impossível escrever sobre alguma coisa que ninguém nunca escreveu, ainda mais na internet. O máximo que se pode fazer é propor um ponto de vista diferente do que já foi debatido/escrito/ouvido/falado. E é por isso que eu não tento fazer nada disso aqui. A preguiça me consome, sério. A solução para combater a preguiça, naturalmente seria ter preguiça de ter preguiça, mas dá uma preguiça bizonha fazer isso, e então eu acabo deitado que nem uma orca encalhada, vendo tv, no melhor estilo Homer Simpson. O post de hoje é sobre... ah, sobre qualquer coisa. Vou falando sobre a utilidade da preguiça nos dias atuais e se brotar algum assunto melhor no meio do caminho eu desenvolvo. Ou não. <div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>A preguiça, apesar de ser um fator que geralmente é considerado como atraso, pode também ser um fator de evolução. O que seria daqu</div><div>ela lagarta, mocréia, se não fosse a sua preguiça de sair do casulo? Seria só mais um bicho feio e esquisito com asas. A preguiça de sair que a torna borboleta. Mais um exemplo, e esse eu sou personagem: estou com alguns quilinhos a mais, e por isso tento comer menos. Quem é minha maior aliada nessa árdua tarefa? Sim! A preguiça, ela mesma. Enquanto a desgraçada da força de vontade não dá as caras, a dona preguiça me impede de levantar o traseiro gordo do sofá e fazer comida. Se não fosse ela, eu estaria mais gordo do que já sou. Posso também citar o exemplo dos pescadores, que nunca teriam saco de ficar esperando o peixe morder a isca se não fosse a preguiça de ter que guardar aquela tranqueira toda e ir embora. ...</div><div><br /></div><div><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAqeSGHY65Xv0kagRgm6bS4XSVPLEttrZJCakAICAB3RDVK3vzkU9LX3V4o8FLwB9feBjPnxdasVFkj3fkWLpvzLvYGRrnUf7Zpk15R-k3GFA0e3n8jEbwEyROotYUP0QKXv1W0xKUxw8/s400/cachorro-preguicoso.jpg" style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 316px;" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5298727563404095586" /></div><div>...se não fosse a preguiça de digitar esta porcaria, considerando a velocidade da minha digitação, eu poderia ter uma tendinite. Eis mais um exemplo! A preguiça pode ser muito lucrativa. Se Vera Fischer não tivesse preguiça de contratar um jardinei... depilador, provavelmente não teria sua zona do agrião com uma característica tão pelud... marcante, a ponto de ser clicada na Playboy.<br /></div><div>Para fechar os exemplos, não podemos esquecer dos nossos pais, que se não tivessem com preguiça de colocar a borrachinha "dumal" na ponta do piu-piu, não estaríamos aqui lendo esse monte de merda.</div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>Encerro por aqui com uma imensa vontade de fazer xixi, mas como meu zíper não tá aberto, vou deixar pra ir no banheiro amanhã.<br /></div><div>Até logo.</div>Jimhttp://www.blogger.com/profile/00932058605425739641noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1685159890172106088.post-1006426207554757792009-01-19T15:02:00.000-08:002009-01-19T15:05:22.194-08:00ACOMPANHEM MEU RACIOCÍNIO...<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4TAc5eMFIE6TwmOzIrx-OviIjMUxRD6uIpGT5or3JO8T6AKe90Te2tHi6RK3KejDMFJDu_drJCb2mfAZvs85BPdcoE5izvKYa_cQ5cdcxwfI6TN9jjbxsLxp8uL3MefI0xQJ0K8kGtzo/s1600-h/cristo-redentor-2.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 374px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4TAc5eMFIE6TwmOzIrx-OviIjMUxRD6uIpGT5or3JO8T6AKe90Te2tHi6RK3KejDMFJDu_drJCb2mfAZvs85BPdcoE5izvKYa_cQ5cdcxwfI6TN9jjbxsLxp8uL3MefI0xQJ0K8kGtzo/s400/cristo-redentor-2.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5293144723178690834" /></a><br />Seria <span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">mesmo</span> o Cristo, redentor? Ou será que ele era só um pescador mentiroso contando pra galera o tamanho do peixe que ele pescou? Lembrando que a Baia da Guanabara há 2000 anos atrás era bem limpa. Pense nisso (ou não).Jimhttp://www.blogger.com/profile/00932058605425739641noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1685159890172106088.post-4307183889500495322009-01-17T01:37:00.000-08:002009-01-17T01:42:29.442-08:00Pequenas Empresas Grandes Negócios<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbcmDLvuetT0NynG9XtYUDr43ueGW9yOliGgJe1N6Fx5JuZyC65STMrad9eFh69s8DBdyzueDA3hKgGwZ9N3X_4ukIkJ_X6I6zxCWhLbAnN4dlvQTi14mOpY7c-Sa8zH8Xn8baNlYP0Zk/s1600-h/lingerie1.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 374px; height: 302px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbcmDLvuetT0NynG9XtYUDr43ueGW9yOliGgJe1N6Fx5JuZyC65STMrad9eFh69s8DBdyzueDA3hKgGwZ9N3X_4ukIkJ_X6I6zxCWhLbAnN4dlvQTi14mOpY7c-Sa8zH8Xn8baNlYP0Zk/s400/lingerie1.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5292194950567761666" /></a><br /><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Verdana;font-size:12px;">Um homem de Greenfield, Califórnia, foi preso na segunda-feira acusado de combinar o casamento de sua filha de 14 anos, vendendo a adolescente por <span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">US$ 16 mil (cerca de R$ 37 mil), cem caixas de cerveja, várias caixas de carne e outros objetos.</span><br />Segundo o site da polícia de Greenfield, Marcelino de Jesus Martinez, 36 anos, vendeu a filha adolescente para se casar com Margarito de Jesus Galindo, 18 anos.<br />A adolescente foi morar com Galindo e, quando o pai não recebeu o pagamento, o próprio Martinez chamou a polícia de Greenfield, para que os policiais trouxessem sua filha de volta uma semana depois de ela ter ido para a casa do marido.<br />Segundo o jornal The Herald, do condado de Monterey, Martinez primeiro chamou a polícia alegando que sua filha tinha fugido de casa. Galindo foi detido pela polícia, por estupro presumido e Martinez foi levado sob suspeita de tráfico humano. A adolescente voltou para a família.<br />A página da polícia de Greenfield afirma que casamentos combinados entre os pais e os noivos são comuns em várias culturas. "Mas a Califórnia tem várias leis para menores, maioridade e tráfico humano. A lei da Califórnia também proíbe casamentos arranjados onde um ou os dois envolvidos foram coagidos", informou o site.<br />A polícia informou que sua força local já passou por situações nas quais crianças de 12 anos ou até mais jovens foram vendidas ou oferecidas para venda e isto já se transformou em um problema local.<br />De acordo com o The Herald os envolvidos neste último caso fazem parte de uma pequena comunidade rural mexicana, um grupo indígena chamado Triqui do Estado mexicano de Oaxaca.<br /><a href="http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI3446841-EI8141,00-Homem+troca+a+filha+por+dinheiro+carne+e+cerveja.html" target="_blank" style="color: rgb(2, 103, 156); text-decoration: none; ">http://noticias.terra.com.br/mundo/inte<wbr>rna/0,,OI3446841-EI8141,00-Homem+troca+a<wbr>+filha+por+dinheiro+carne+e+cerveja.html</a></span><div><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Verdana;font-size:48px;"><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Verdana;font-size:48px;"><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Verdana;font-size:48px;"><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Verdana;font-size:48px;"><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Verdana;font-size:48px;"><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Verdana;font-size:48px;"><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Verdana;font-size:48px;"><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Verdana;font-size:48px;"><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Sobre essa notícia... Eu acho que ele esqueceu de pedir o gelo e o carvão pro churrasco. </span></span></div>Jimhttp://www.blogger.com/profile/00932058605425739641noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1685159890172106088.post-63172352864150367612009-01-16T13:01:00.000-08:002009-01-16T13:21:28.121-08:00Jovens não peidam na tv.<div>Venho hoje escrever depois de ouvir um diálogo (mais precisamente uma frase) de uma novela da Globo chamada Três Irmãs (alguém aí vê três irmãs?). Poderia ser numa novela do SBT, ou da Rede TV, tanto faz. É um diálogo simples e inofensivo. Porém, se analizado pelo prisma correto, pode nos apresentar informações curiosas. Eis a tal conversa:</div><div><br /></div><div><br /></div><div><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBF7hY_NPdCF4bxJYStVMJN92DdOKxGzW6X8K09P4B-0BXUzzQjbPE-ivFnN9V1ro-0mvSAedYu_Af5Htx1G5qT3_zk7VnPpA1RnRKOKx5TZc32Q7ILDe2jnpY_tbjtimsv0IGGClCHNk/s320/surfistas.jpg" style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 159px;" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5292001163939115234" /></div><div><br /></div><div>SURFISTA 1 - Que garoto marrento, nem agradeceu ao Jerry por ter salvo a vida dele. </div><div>JERRY - Ah, nem se liga nisso que o Jerry num dá importância pra isso não...</div><div>SURFISTA 3 - É, nada a ver dar importancia a isso... <span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">Vamos tomar um suco em algum lugar.</span></div><div><br /></div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span></div><div>Sim, essa é a frase problemática: "Vamos tomar um suco em algum lugar.". De cara ela pode parecer uma frase comum, num contexto comum. Mas pensando um pouquinho podemos fazer pelo menos uma pergunta: Por que diabos todo jovem de novela é atleta ou estudante? Todo jovem de novela tem comportamentos políticamente corretos. </div><div>Quando não tem, é um vilão e/ou é um assunto temático do programa. Exemplo: Em novela, nenhum adolescente fuma cigarro. Quando fuma, ou é o vilão, ou é um personagem que vai ter alguém próximo (ou ele mesmo) morrendo de câncer de pulmão. Se o adolescente bebe, vira alcoólatra ou perde um parente numa batida de carro.</div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span></div><div>Analizemos agora a frase novamente, acompanhada pelo contexto da cena: Três surfistas conversam sobre um quarto rapaz que não teve um comportamento educado. No fim das contas, relevam o comportamento do rapaz sobre o qual conversavam e vão tomar um suco. Não é algo incomum ou impossível de acontecer no mundo real, mas é improvável. Vejam se agora se a conversa não fica beeeem mais real:</div><div><br /></div><div><br /></div><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCZNy_biSmxPhO0pjOayyo50jqr6QBGGfr9couawehqIellX0pOVJCkRwcAKYXeVfYix5AfSov6TgiBghbNJwH6L5SxfZ49WMxn442xc5xEoA4o8ctN8ZPPI7hULMWLQuTY41W2QzbUT8/s320/maconha.jpg" style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 144px;" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5292001825911655906" /><div>SURFISTA 1 - Que filho da puta mal agradecido!? O Jery salvou a vida dele e ele cagou e andou.</div><div>JERRY - Ah, ele que se foda, to nem aí.</div><div>SUFISTA 3 - É, deixa esse merda pra lá. Vamos fumar aquele beck que eu apertei antes de virmos pra cá.</div><div><br /></div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div>Deixando a questão das drogas de lado, qual dos dois diálogos entre surfistas é mais plausível? Passando agora do fantástico mundo dos alunos da tv para os nossos universitários do mundo real:</div><div><br /></div><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYVKaxWg7460WD7IATFG-9Mt8mBGG_o2tOu_2ELLaYmEFheAB_IzOKHM-A9svAJTtPxkxKpLH1r2zHcFC3w5Futo4bAH8pZRp53VRNx7sB16mFT0Ce_PC4nJ_fUFgWdTpZMJAPCS6WBK8/s200/farani.JPG" style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 150px;" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5292002461979221378" /><div>UNIVERSITÁRIO 1 - Que cara, escroto! O Jerry salvou a vida dele e ele nem falou nada.</div><div>JERRY - Deixa esse mongolóide pra lá. Quero mais é que se foda.</div><div>UNIVERSITÁRIO 2 - Podes crer. Vamos pro boteco tomar uma cerva e jogar uma sueca.</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div>Passando agora para as camadas mais populares:</div><div><br /></div><div><br /></div><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZy7oZnqj2ZoDj2tsZKNRtuWVtZl9sWf6o8WI87yecErOsg82v-vZktVSe2kzsQKNknlZhLNRp2G7dJS-LgWTNi1VBdO3AZ1f-HEhASfDzlynA8JgGKGMYDiU3DwhNH-YVnI8vfX5l8QU/s200/imperador.jpg" style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 149px;" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5292002722177469938" /><div>JOVEM 1 - Que maluco vacilão! O Jerry salvou a vida dele e ele nem nem agradeceu!<br /></div><div>JERRY - Deixa ele pra lá. Ele num teve humildade no proceder, depois vai ser cobrado.</div><div>JOVEM 3 - Essa parada mesmo. Vamo pegar o moto-taxi que tá quase na hora do baile.</div><div><br /></div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>Qua tal? Se alguma emissora de tb se prestasse a mostrar as coisas como realmente são, eu assistiria sem problemas, e acho que mais gente ficaria de olho na tv. Seria muito melhor ver jovens no boteco fumando cigarro e bebendo cerveja confraternizando doq bebendo suco e tomando açaí na lanchonetezinha point. Seria bom também ver vilões não necessariamente se ferrando no final. Essa para mim seria a maior prova de evolução da tv. O filho da puta do vilão (que por sinal, não existe vilão que também tem lado bom, vilão é sempre muuito vilão) enrola todo mundo a novela toda e subitamente tem um ataque de mongolice e confessa tudo, caindo num plano completamente idiota que os bonzinhos fizeram. Isso quando não morre. </div><div><br /></div><div>Acho que escrevi tudo o que queria, vou tomar um suco em algum lugar.</div><div><br /></div><div>Jim</div>Jimhttp://www.blogger.com/profile/00932058605425739641noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1685159890172106088.post-11065567454624051732009-01-08T18:45:00.000-08:002009-01-08T18:58:17.800-08:00Beijinho, beijinho... Craw, craw.<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihz1syOGM6FbWbZB5asxst5alTsNcI0q8XzenTTw3p9hx3bt5r3w2cHnUEITvJphejLC8i7gBWreW5TP23S8PAYhnvyv_t8TRGmnKHO11j4iDDjgd3mf4bjG6SBe6YsRrq_1WO3vrpcv4/s1600-h/UFS___Born_To_Hunt_by_UdonCrew.jpg"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihz1syOGM6FbWbZB5asxst5alTsNcI0q8XzenTTw3p9hx3bt5r3w2cHnUEITvJphejLC8i7gBWreW5TP23S8PAYhnvyv_t8TRGmnKHO11j4iDDjgd3mf4bjG6SBe6YsRrq_1WO3vrpcv4/s320/UFS___Born_To_Hunt_by_UdonCrew.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5289120147916901570" /></a><br /><div>Uma das coisas mais estúpidas da era digital é o puritanismo hipócrita que virou moda em todo tipo de instituição de ensino, e é aprovado por psicólogos infantis e pedagogos diversos. A falsa crença em que jogos eletrônicos violentos e RPGs vão criar jovens desajustados e sem senso de moral me fazem pensar que (com todo o respeito) os profissionais que pregam essa teoria estão com falta de Salame (com s maiúsculo) na dieta. Vejamos quais são os principais argumentos dessa corja e mostrar o motivo de serem desprezados:</div><div><br /></div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>1 - Role playing games (ou RPGs) são jogos que distorcem a realidade e fazem com que os jovens habitem um mundo infestado de monstros, demônios e armadilhas, poluindo assim a mente do jovem e alterando a sua percepção de certo e de errado, podendo prejudicar a sua formação físico-psicológica.</div><div><br /></div><div>PORRA NENHUMA</div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>Se RPG distorce a mente, conto de fadas faz o que? Gosto muito de Robin Hood, mas nunca ouvi falar de alguém que tenha assaltado o Banco do Brasil e ter jogado o dinheiro pra cima na Central. Além disso, você já conheceu algum imbecil que, por ter visto Peter Pan, tenha tomado banho com queijo-ralado (pó de pirlimpimpim genérico) e se jogado da janela? "Ah! mas no RPG você interpreta!" diriam as senhoras defensoras da moral e dos bons costumes. Eu nunca vi alguém virar sequestrador por gostar de brincar de pique-esconde.</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>2 - Filmes violentos ou que fazem referência a algo violento devem ter censura 18 para não estimular os jovens a adiquirir esses comportamentos violentos. Os jovens podem se espelhar nos heróis violentos e acabarem adiquirindo tais comportamentos.</div><div><br /></div><div>P. N.</div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>Você já ouviu seu pai e sua mãe falando que pularam de um barranco querendo ser o Super-homem ou a Mulher-Maravilha? Já ouviram falar de algum tio que deu uma facada ou um tiro em alguém imitando James Bond? Já ouviram falar de um tio que matou um amiguinho por causa de O Poderoso Chefão? Nem eu!</div><div><br /></div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>3 - Heavy Metal e música eletrônica são prejudiciais à formação dos jovens, e comprometem na formação de caráter do jovem por na maioria das vezes conterem letras com conteúdo chulo (xulo? shulo?) e de apologia à drogas e violência.</div><div><br /></div><div>P. N.</div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>Quantos gatos você tentou matar atirando projéteis de madeira por ter escutado Atirei-o-pau-no-gato? Quantos de nós viraram ditadores e posseiros de terras alheias por terem ouvido Se-essa-rua-fosse-minha? Sobre a relação palavrão-caráter eu tenho muito pouco a falar. Utilizarei uma linha de raciocínio bem simples: Quem gosta muito de futebol torce para algum time. Quem assiste jogos de futebol do time, normalmente chama o juiz de FDP (o que é um palavrão). Se quem fala palavrão é mau-caráter, ENTÃO, todo mundo que gosta de futebol é mau-caráter. Se somos o país do futebol, somos o país mais mau-caráter da terra. É, faz sentido.</div><div><br /></div><div>P. N.</div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>4 - Videogames e qualquer tipo de jogo violento influem na construção de caráter da pessoa, podendo ser decisivo na formação psicológica do indivíduo, devendo assim ser evitados afim de construir uma pessoa pacífica.</div><div><br /></div><div>P.N.</div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>Eu particularmente gosto MUITO de videogames, mesmo assim, nunca tentei pisotear tartarugas (Super Mario Bros.), destruir carros socando eles (Street Fighter) ou arrancar a cabeça de algum amigo (Mortal Kombat). Como podem proibir um jovem de se divertir em jogos que tem como armas coisas totalmente acessíveis a qualquer adolescente como um lança-granadas, uma mina terrestre, um lança-mísseis e um lança-chamas ?</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div>e por último, mas não menos importante:</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>Programas infantis violentos criam jovens violentos e desinteressados em aprender, da mesma forma que desenhos que estimulam a amizade estimulam interações sociais.</div><div><br /></div><div>PORRA NENHUMA, MESMO</div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>5 - Enquanto eu assistia o Zeca-Urubu correr com um machado atrás do Pica-Pau, o Seu Madruga tomando várias porradas da Dona Florinda, e o Tom tentando eletrocutar o Jerry, as crianças de hoje assistem programas políticamente corretos como os Teletubbies (desenho por sinal de conteúdo pan sexual e alucinógeno), Lazy Town (desenho que incentiva a pedofilia) e Bob Esponja, onde frutos (frutas?) do mar se relacionam de maneira bem "alegre" e tem como amiga uma esquilo-fêmea (esquila?) que só falta coçar os bagos. </div><div><br /></div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>Com isso, mostro a vocês que esse papo de puritanismo, sem referências a violência e a conflitos que essas pessoas estão tentando impor só serve para prejudicar a cabeça dos nossos filhos. Assistindo a desenhos violentos é que nosso jovens saberão se defender sem o uso da força, ou com uso quando necessário. </div><div><br /></div><div>E lembrem de comprar sempre na ACME</div>Jimhttp://www.blogger.com/profile/00932058605425739641noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1685159890172106088.post-42171740283030232902008-12-05T02:08:00.000-08:002008-12-05T02:32:49.468-08:00O palavrão como incontestável simplificador de diálogos.<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkUADhP-xTj6xFNUWMoYHa-aIIjTBCYrzRYuU02PjAUWHsr8rM__mT2W9tijTcGZYv07h_AWucamp4u2IAjToYqT-q4jY8Gy1XRHe-ge6OQe4DzWHrz5dFLvalFSfGPegPp9nwWbYahzo/s1600-h/Sem+t%C3%ADtulo.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 194px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkUADhP-xTj6xFNUWMoYHa-aIIjTBCYrzRYuU02PjAUWHsr8rM__mT2W9tijTcGZYv07h_AWucamp4u2IAjToYqT-q4jY8Gy1XRHe-ge6OQe4DzWHrz5dFLvalFSfGPegPp9nwWbYahzo/s320/Sem+t%C3%ADtulo.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5276252017349504050" /></a><br /><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>Muitos de vocês já viram aquele quadro do Nós na Fita no qual os dois atores discutem sobre expressões como "Pra caralho", "Puta que pariu", "Filho da puta", e etc. Não é isso que vou fazer. Só vou mostrar como você pode poupar segundos preciosos da sua vida se simplesmente adotar um palavrão ao invés de dar uma explicação mais elaborada e cheia de floreios. Vejamos:<div><br /></div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>Aquele decorador bicha faz uma decoração "revolucionária-abalou-bangu" para o seu casamento.</div><div><br /></div><div>Se você gostar, pode falar: </div><div><br /></div><div>"Gostei muito da sua organização, das flores escolhidas, em congruência com os tecidos e a disposição geográfica das mesas do salão, dando mais conforto aos convidados. Está aprovado"</div><div><br /></div><div>OU SIMPLESMENTE</div><div><br /></div><div>"Foda."</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div>Se você não gostou muito do trabalho do indivíduo alegre, pode avaliá-lo usando as seguintes palavras:</div><div><br /></div><div>"Acho que apesar da sua tentativa e de sua vontade e empenho, acredito que você não atingiu um resultado condizente com meu estilo/gosto, de modo que precisarei fazer severos ajustes em seu trabalho."</div><div><br /></div><div>OU PODE FALAR:</div><div><br /></div><div>"Tá escrotão"</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>Outro exemplo. Você está para acertar a venda de um produto ao cliente, e este apresenta imposições e condições para que o negócio seja realizado.</div><div><br /></div><div>Se você acha irrelevante as condições que ele propôs, normalmente falará.</div><div><br /></div><div>"Suas condições são plenamente realizáveis e poderemos enfim chegar ao denominador comum. Dessa forma, dou nosso negócio como resolvido, bastando sua assinatura como mera formalidade."</div><div><br /></div><div>MAS POR QUÊ NÃO SIMPLIFICAR?</div><div><br /></div><div>"Foda-se, tá tranquilo. Assina essa porra."</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div>Se você não concorda com as cláusulas impostas pelo cliente, de modo que o negócio se torne inviável por ser mto oneroso à sua parte, você normalmente irá dizer:</div><div><br /></div><div>"Bom, infelizmente eu não serei capaz de concluir essa transação, tendo em vista que suas condições tornam a operação inviável devido ao desbalanceamento do custo-benefício percebido."</div><div><br /></div><div>OU...</div><div><br /></div><div>"Nem fudendo."</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>Você está na casa de sua namorada, após o jantar de apresentação dos pais, vendo televisão com toda a família, quando aparece mais uma das milhares notícias de catástrofe que acontecem todos os dias. Diante de tal infortúnio alheio, normalmente você empregará a sentença.</div><div><br /></div><div>"Nossa, coitados... É muito sofrimento... A Globo (nunca nós, já perceberam?) devia ajudar essa gente... etc."</div><div><br /></div><div>DEIXANDO A HIPOCRISIA DE LADO, TERÍAMOS:</div><div><br /></div><div>"Caralho, se fuderam."</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div>RESUMINDO:</div><div><br /></div><div>A hipocrisia com os palavrões tornam nossos diálogos, que poderiam ser enxutos e objetivos, grandes empecilhos para a evolução humana, tendo em vista o tempo que se pode economizar usando termos de baixo calão para expressar nossas idéias sem rodeios.</div><div><br /></div><div>ou</div><div><br /></div><div>Hipocrisia de merda que fode com o tempo, palavrão é que é pica.</div>Jimhttp://www.blogger.com/profile/00932058605425739641noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1685159890172106088.post-22801497958318280812008-12-01T09:29:00.000-08:002008-12-01T10:49:58.417-08:00Uau, que relevanteVocê eu não sei, mas eu ando de saco cheio de estar rodeado de informação-lixo. Por informação lixo não quero dizer, por exemplo, saber de cabeça todo o <a href="http://geocities.yahoo.com.br/ricardo_d_feliciano/trote.mp3">trote da telerj</a> ou que o <a href="http://www.youtube.com/watch?v=yh6fbAJyZgY">Direito é uma coisa das rurgs, puón, que expõe a rerks twuturais</a>. Isso não é inútil, porque é engraçado. Mais importante, eu fui lá e ouvi o trote e vi o vídeo, etc. Bem ou mal, escolhi ver e depois escolhi decorar essas merdas.<br /><br />Agora, me incomoda um bocado quando ouço algum retardado perdendo seu tempo falando, digamos, do divórcio da Suzana Vieira - e subitamente percebo que eu também sabia que ela estava se divorciando, e inclusive que era casada com um sujeito mais novo, e até que esse sujeito apareceu em um programa qualquer com a amante. Então penso: MERDA! Por que caralho estou gastando espaço na minha cabeça com isso!? Quando foi que eu resolvi saber disso?!?!<br /><br />Resposta: em qualquer momento em que passei ao menos perto de uma banca de jornal, onde havia dúzias de revistas falando do fato, pra não falar dos ads de sítios e grandes portais. Hoje em dia tenho a impressão de que há mais revistas de fofoca do que todos os jornais, gibis e revistas de putaria juntos - e olha, tem muita revista de putaria. E gostaria de expressar uma opinião que, imagino, muita gente compartilha.<br /><br />ESTOU CAGANDO PRO CASAMENTO DA SUZANA VIEIRA. Não que eu tenha alguma coisa contra ela. Também não tenho nada a favor. O casamento é dela e eu gostaria de não ter nada com isso. Se fosse comigo também adoraria que o menor número de pessoas soubesse e subitamente se sentisse cheio de autoridade moral pra julgar. Se tem gente que, por sua vez, acha muito bacana todo mundo ser forçado a saber tudo da vida deles e faz tudo pra aparecer, bom, quero mais é que eles se fodam.<br /><br />Não posso arrancar todas as cópias da revista "Caras" das bancas de jornal, como gostaria (bom, não sem ser preso). Mas posso ao menos demonstrar como me sinto a respeito. Por exemplo:<br /><br /><h1>Kelly Key aplaude estréia da filha no teatro</h1><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLnYi3sws0NQrezAwMsksuWq4JACVsrX8N6tQnOy0JEl-XVmN0RkD6nHmKQBTUZCkXYX-l_kupd3f5mb1su6V0Oq-onWv2TfdjwuDpX92AjMkgSj_M9aPk0BBdx1jL8S6ALMZb6B4GnQg/s1600-h/20081201143429_55591_medium.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 300px; height: 200px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLnYi3sws0NQrezAwMsksuWq4JACVsrX8N6tQnOy0JEl-XVmN0RkD6nHmKQBTUZCkXYX-l_kupd3f5mb1su6V0Oq-onWv2TfdjwuDpX92AjMkgSj_M9aPk0BBdx1jL8S6ALMZb6B4GnQg/s320/20081201143429_55591_medium.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5274895013791465682" border="0" /></a><br /><br />Reparem que o foda-se vem lá de longe, bem de longe. De novo:<br /><h1>Monique Alfradique vira musa do Fresno...</h1><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi81jbZo1L8rIQG9Nq2oKXh4w3IT-68-tWoZs0q9RBn9eOWmCbVWRiLmLrwBuPo6i461Fstv5V6taufhAaKjJ9l4zAUqpVnFJx00iBEdmEz5raGQiwiHHluHtOJQgA1Zu3KmULbHOd1Qio/s1600-h/20081201133603_55584_medium.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 300px; height: 200px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi81jbZo1L8rIQG9Nq2oKXh4w3IT-68-tWoZs0q9RBn9eOWmCbVWRiLmLrwBuPo6i461Fstv5V6taufhAaKjJ9l4zAUqpVnFJx00iBEdmEz5raGQiwiHHluHtOJQgA1Zu3KmULbHOd1Qio/s320/20081201133603_55584_medium.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5274895384834624002" border="0" /></a><br />Bom, agora tentem vocês.Heitorhttp://www.blogger.com/profile/08989366995725377570noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1685159890172106088.post-51990749231871618572008-11-24T21:21:00.000-08:002008-11-24T22:37:30.828-08:00Porque podemos dizer que errar é melhor que acertar.<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgslo0-kWtiqx2IKyWcrIGk5gv_EhHkLIS4daxowvQKXiiP9jJTZIuiZB9-MH_q5Ci8WuwUf4meuUhnJbu3l0T2wd09Kwm8WCI95OYIAbcVcYFmbFXLG3Kkai3MjOXggRp3qKHR8N03Fls/s1600-h/fail.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 201px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgslo0-kWtiqx2IKyWcrIGk5gv_EhHkLIS4daxowvQKXiiP9jJTZIuiZB9-MH_q5Ci8WuwUf4meuUhnJbu3l0T2wd09Kwm8WCI95OYIAbcVcYFmbFXLG3Kkai3MjOXggRp3qKHR8N03Fls/s320/fail.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5272476490030115010" /></a><br /><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>Antes de tudo, pro inferno com aquelas frases que nos são mandados por correntes de emails cheios de bichinhos felizes e mensagens em formato power point. Errar não é producente pela experiencia e pra não errar denovo. Errar é a demonstração da maior capacidade humana. Fazer merda em escala industrial. Sim, errar e fazer merda são coisas distintas. Ex: escrever 1500,00 ao invés de 150,00 é um erro se escrito em uma prova de álgebra. Uma tremenda cagada se escrito num cheque. Mas como coisas desse tipo podem ter um lado bom? Descobriremos agora:<br /></div><div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">1</span>- ERRO: Se casar com uma prostituta.</div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span> CAGADA: Descobrir que na verdade o nome dela é Sebastião.</div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span> LADO BOM: Você pode ser contratato como novo atacante do Flamengo para a próxima temporada.<br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">2</span>- ERRO: Tomar banho pelado no quintal.<br /></div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span> CAGADA: Ser atacado pelo São Bernardo do vizinho e sair enganchado com ele por aí.<br /></div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span> LADO BOM: Mude de nome, funde uma comunidade artístico-espiritual e seja guru de celebridades.<br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">3</span>- ERRO: Gritar gol em um bar que é conhecido por abrigar uma torcida de time rival.<span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"></span></div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span> CAGADA: Estar rolando, sem você saber, um churrasco de aniversário dessa mesma torcida no andar de cima do bar.<span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"></span></div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span> LADO BOM: Você não precisará de maquiagem para a fantasia de Frankenstein do próximo dia das bruxas.<span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">4</span>- ERRO: Dar um tapa na cara de uma mulher.<br /></div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span> CAGADA: Ela ser a filha maior traficante (ou miliciano) local.<br /></div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span> LADO BOM: Se tornar, por necessidade, o campeão intercontinental de pique-esconde.<br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">5</span>- ERRO: Filmar aquela transa com a namorada no orkut.<br /></div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span> CAGADA: Não cortar o áudio daquela parte em que ela diz "você tem 10 cm mas eu te amo"<br /></div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span> LADO BOM: Ser entrevistado pelo Jô para dar dicas de sedução. <br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">6</span>- ERRO: Chamar aquele pitboy parrudão pra porrada na boate.<br /></div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span> CAGADA: Ele escutar.<br /></div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span> LADO BOM: Aparecer no RJ TV e aquela amiga que você estar afim passar no hospital falando aquele clássico "ounnnnn tadinho..."<br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">7</span>- ERRO: Dirigir bêbado.<br /></div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span> CAGADA: Ser parado numa blitz e o seu guarda querer fazer o teste do "bafômetro alternativo" em você.</div><div><br /></div><div><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>LADO BOM: Vocês podem trocar telefones, arrumar mais 3 amigos e formarem uma banda cover do Village People.</div><div><br /></div><div><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"> <span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">E POR ÚLTIMO, MAS NÃO MENOS IMPORTANTE:</span></div><div><br /></div><div>ERRO: Sua mulher te traiu.</div><div><br /></div><div>CAGADA: Você descobre que ela tem Aids.</div><div><br /></div><div>LADO BOM: Descubram e postem aqui. A melhor resposta ganha uma mariola.</div></div>Jimhttp://www.blogger.com/profile/00932058605425739641noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-1685159890172106088.post-76081465282582325802008-11-24T15:00:00.000-08:002008-11-24T15:29:11.861-08:00Um pouquinho de humor negro, pra variar<div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(51, 51, 51); font-family:arial;font-size:12px;"><h1 class="entry-title" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; outline-width: 0px; outline-style: initial; outline-color: initial; font-family: inherit; font-size: 2.67em; font-weight: bold; letter-spacing: -1px; margin-bottom: 0.25em; ">Árvore de Natal cai e deixa três mortos em Aracaju</h1><p face="inherit" size="1.5em" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; outline-width: 0px; outline-style: initial; outline-color: initial; color: rgb(102, 102, 102); font-weight: normal; ">Acidente ocorreu durante montagem de árvore de 120 metros de altura.<br />Inauguração seria na próxima sexta-feira.</p><p face="inherit" size="1.5em" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; outline-width: 0px; outline-style: initial; outline-color: initial; color: rgb(102, 102, 102); font-weight: normal; "><br /></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; outline-width: 0px; outline-style: initial; outline-color: initial; font-family: inherit; color: rgb(102, 102, 102); font-size: 1.5em; font-weight: normal; "><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(51, 51, 51); font-size:12px;"></span></p><p face="inherit" size="1.165em" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; outline-width: 0px; outline-style: initial; outline-color: initial; color: rgb(51, 51, 51); line-height: 1.33em; ">Três pessoas morreram e uma ficou ferida em um acidente durante a montagem de uma árvore de Natal de quase 120 metros de altura, em Aracaju. A árvore, que estava sendo montada há um mês em um banco de areia no Rio Sergipe, tombou. A inauguração seria na próxima sexta-feira (28). </p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; outline-width: 0px; outline-style: initial; outline-color: initial; font-family: inherit; color: rgb(51, 51, 51); font-size: 1.165em; line-height: 1.33em; "> </p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; outline-width: 0px; outline-style: initial; outline-color: initial; font-family: inherit; color: rgb(51, 51, 51); font-size: 1.165em; line-height: 1.33em; ">No ano passado, a árvore tinha 102 metros e foi reconhecida pelo livro dos recordes como a maior do planeta.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; outline-width: 0px; outline-style: initial; outline-color: initial; font-family: inherit; color: rgb(51, 51, 51); font-size: 1.165em; line-height: 1.33em; "><br /></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; outline-width: 0px; outline-style: initial; outline-color: initial; font-family: inherit; color: rgb(51, 51, 51); font-size: 1.165em; line-height: 1.33em; "><a href="http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL874125-5598,00-ARVORE+DE+NATAL+CAI+E+DEIXA+TRES+MORTOS+EM+ARACAJU.html">http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL874125-5598,00-ARVORE+DE+NATAL+CAI+E+DEIXA+TRES+MORTOS+EM+ARACAJU.html</a><br /></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; outline-width: 0px; outline-style: initial; outline-color: initial; font-family: inherit; color: rgb(51, 51, 51); font-size: 1.165em; line-height: 1.33em; "><br /></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; outline-width: 0px; outline-style: initial; outline-color: initial; font-family: inherit; color: rgb(51, 51, 51); font-size: 1.165em; line-height: 1.33em; "><br /></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; outline-width: 0px; outline-style: initial; outline-color: initial; font-family: inherit; color: rgb(51, 51, 51); font-size: 1.165em; line-height: 1.33em; "><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">Das duas uma, ou o papai noel tá com parkinson, ou fez de sacanagem pra pararem com essa mania de grandeza relacionada a coisas inúteis</span></p></span><p></p></div>Jimhttp://www.blogger.com/profile/00932058605425739641noreply@blogger.com1