sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

O palavrão como incontestável simplificador de diálogos.


Muitos de vocês já viram aquele quadro do Nós na Fita no qual os dois atores discutem sobre expressões como "Pra caralho", "Puta que pariu", "Filho da puta", e etc. Não é isso que vou fazer. Só vou mostrar como você pode poupar segundos preciosos da sua vida se simplesmente adotar um palavrão ao invés de dar uma explicação mais elaborada e cheia de floreios. Vejamos:


Aquele decorador bicha faz uma decoração "revolucionária-abalou-bangu" para o seu casamento.

Se você gostar, pode falar: 

"Gostei muito da sua organização, das flores escolhidas, em congruência com os tecidos e a disposição geográfica das mesas do salão, dando mais conforto aos convidados. Está aprovado"

OU SIMPLESMENTE

"Foda."



Se você não gostou muito do trabalho do indivíduo alegre, pode avaliá-lo usando as seguintes palavras:

"Acho que apesar da sua tentativa e de sua vontade e empenho, acredito que você não atingiu um resultado condizente com meu estilo/gosto, de modo que precisarei fazer severos ajustes em seu trabalho."

OU PODE FALAR:

"Tá escrotão"




Outro exemplo. Você está para acertar a venda de um produto ao cliente, e este apresenta imposições e condições para que o negócio seja realizado.

Se você acha irrelevante as condições que ele propôs, normalmente falará.

"Suas condições são plenamente realizáveis e poderemos enfim chegar ao denominador comum. Dessa forma, dou nosso negócio como resolvido, bastando sua assinatura como mera formalidade."

MAS POR QUÊ NÃO SIMPLIFICAR?

"Foda-se, tá tranquilo. Assina essa porra."



Se você não concorda com as cláusulas impostas pelo cliente, de modo que o negócio se torne inviável por ser mto oneroso à sua parte, você normalmente irá dizer:

"Bom, infelizmente eu não serei capaz de concluir essa transação, tendo em vista que suas condições tornam a operação inviável devido ao desbalanceamento do custo-benefício percebido."

OU...

"Nem fudendo."




Você está na casa de sua namorada, após o jantar de apresentação dos pais, vendo televisão com toda a família, quando aparece mais uma das milhares notícias de catástrofe que acontecem todos os dias. Diante de tal infortúnio alheio, normalmente você empregará a sentença.

"Nossa, coitados... É muito sofrimento... A Globo (nunca nós, já perceberam?) devia ajudar essa gente... etc."

DEIXANDO A HIPOCRISIA DE LADO, TERÍAMOS:

"Caralho, se fuderam."







RESUMINDO:

A hipocrisia com os palavrões tornam nossos diálogos, que poderiam ser enxutos e objetivos, grandes empecilhos para a evolução humana, tendo em vista o tempo que se pode economizar usando termos de baixo calão para expressar nossas idéias sem rodeios.

ou

Hipocrisia de merda que fode com o tempo, palavrão é que é pica.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Uau, que relevante

Você eu não sei, mas eu ando de saco cheio de estar rodeado de informação-lixo. Por informação lixo não quero dizer, por exemplo, saber de cabeça todo o trote da telerj ou que o Direito é uma coisa das rurgs, puón, que expõe a rerks twuturais. Isso não é inútil, porque é engraçado. Mais importante, eu fui lá e ouvi o trote e vi o vídeo, etc. Bem ou mal, escolhi ver e depois escolhi decorar essas merdas.

Agora, me incomoda um bocado quando ouço algum retardado perdendo seu tempo falando, digamos, do divórcio da Suzana Vieira - e subitamente percebo que eu também sabia que ela estava se divorciando, e inclusive que era casada com um sujeito mais novo, e até que esse sujeito apareceu em um programa qualquer com a amante. Então penso: MERDA! Por que caralho estou gastando espaço na minha cabeça com isso!? Quando foi que eu resolvi saber disso?!?!

Resposta: em qualquer momento em que passei ao menos perto de uma banca de jornal, onde havia dúzias de revistas falando do fato, pra não falar dos ads de sítios e grandes portais. Hoje em dia tenho a impressão de que há mais revistas de fofoca do que todos os jornais, gibis e revistas de putaria juntos - e olha, tem muita revista de putaria. E gostaria de expressar uma opinião que, imagino, muita gente compartilha.

ESTOU CAGANDO PRO CASAMENTO DA SUZANA VIEIRA. Não que eu tenha alguma coisa contra ela. Também não tenho nada a favor. O casamento é dela e eu gostaria de não ter nada com isso. Se fosse comigo também adoraria que o menor número de pessoas soubesse e subitamente se sentisse cheio de autoridade moral pra julgar. Se tem gente que, por sua vez, acha muito bacana todo mundo ser forçado a saber tudo da vida deles e faz tudo pra aparecer, bom, quero mais é que eles se fodam.

Não posso arrancar todas as cópias da revista "Caras" das bancas de jornal, como gostaria (bom, não sem ser preso). Mas posso ao menos demonstrar como me sinto a respeito. Por exemplo:

Kelly Key aplaude estréia da filha no teatro



Reparem que o foda-se vem lá de longe, bem de longe. De novo:

Monique Alfradique vira musa do Fresno...


Bom, agora tentem vocês.